António Costa falou esta quinta-feira ao país, após o final da reunião do Conselho Europeu. O primeiro-ministro deu Portugal e Espanha como exemplos de controlo do surto de Covid-19.
“Foi uma longuíssima reunião do Conselho Europeu que tratou de diversos pontos, todos eles relativos a esta pandemia do coronavírus”, começou por dizer António Costa.
Costa realçou que há um “trabalho conjunto” europeu para operações coordenadas para o repatriamento de cidadãos. Além disso, foram “prolongadas as medidas de limitar ao máximo a utilização de fronteiras externas da União Europeia”.
O chefe do Governo disse que “estamos numa situação de paralisia generalizada da economia” e que, por isso, é necessário tomar medidas para nos prepararmos para o futuro.
Segundo o Correio da Manhã, o Eurogrupo tem de apresentar propostas no prazo de duas semanas para amparar a queda da economia.
Costa explicou ainda que foi feita pressão junto da Comissão Europeia para “acelerar todos os procedimentos de compra de equipamento médico e de material de proteção individual” e para “reforçar o orçamento para um stock de reserva ao nível europeu”. O primeiro-ministro salientou também que a “aquisição em pool facilita a obtenção de melhores preços e capacidade negocial”.
Os profissionais de saúde em Portugal queixam-se da falta de material de proteção contra o novo coronavírus. Face a este problema, Portugal decidiu comprar material no mercado estrangeiro para responder às lacunas. No entanto, a encomenda portuguesa acabou por ser desviada por um país que pagou um preço mais alto pelo material médico.
Além disso, Costa adiantou que vão ser mobilizadas verbas para apoiar os 17 projetos que estão em curso à escala europeia para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19.
O contributo mais importante até ao momento, na ótica de António Costa, veio por parte do Banco Central Europeu (BCE). Ainda esta quinta-feira se soube que o BCE mudou as regras do jogo e não terá limites na dívida emitida por cada país da Zona Euro. Foi também decidida a mobilização de 750 mil milhões de euros para intervenção no mercado.
É com base nestas duas medidas que Costa sublinhou a ação determinada do BCE em “controlar o risco de qualquer crise de dívida soberana”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).