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Ministra da Saúde avisa que número de recuperados vai disparar no domingo

José Sena Goulão / Lusa

Na abertura da conferência de imprensa deste sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, avisou que haverá um grande aumento do número de recuperados no relatório de domingo.

A ministra explicou que o relatório dos recuperados foi sempre feita por notificação direta dos hospitais e das autoridades de saúde dos casos recuperados que não tinham fonte hospitalar. A partir de domingo, vai haver uma alteração da forma como são calculados esses casos.

“O TraceCovid que foi concebido para apoiar as equipas de saúde no controlo dos doentes, foi um programa concebido apenas para esse efeito, para acompanhar os doentes — mas foi atualizado e passou a incorporar um campo de registo para os clínicos que tem também o rótulo de doente recuperado, que não existia antes. Isto faz com que o TraceCovid existam à data um conjunto de doentes que tem registo de curado e que não estão traduzidos no relatório de informação”.

“Desses utentes que têm registo de recuperados no TraceCovid 9.652 têm pelo menos um teste negativo e amanhã serão incluídos no relatório de situação como recuperados”.

“Para garantir que nenhum destes utentes era um caso já extraído, prevenir eventuais duplicações, fez-se um cruzamento do número de utente, para garantir que a informação é fiável”, acrescenta Marta Temido.

A ministra explicou também que houve, em alguns casos, menos mortes na contabilização das mortes por faixa etária, porque houve casos em que a covid-19 tinha sido determinada como causa de morte mas acabou por haver uma correção que atribuiu a outras causas de morte.

Sobre a polémica em torno das remunerações dos enfermeiros, Marta Temido diz que houve “atrasos na entrega de alguns formulários necessários para que os processamentos remuneratórios fossem feitos em algumas instituições”. “Tanto quanto é do nosso conhecimento, essa situação já foi corrigida”, disse.

Questionada sobre os testes “errados” a futebolistas, Marta Temido diz que “nos próximos dias o Instituto Nacional Ricardo Jorge vai reforçar a sua vigilância, o seu acompanhamento, destas entidades, designadamente depois de uma reunião que já foi tida com a associação nacional de laboratórios e um incentivo do INSA a que estas entidades, todas elas, adiram a processos de melhoria de qualidade e boas práticas laboratoriais”.

Casos em Lisboa podem explicar-se com “relaxamento”

Sobre a persistência em Lisboa e Vale do Tejo, Marta Temido afirma que o fenómeno não será um reflexo das medidas de desconfinamento adotadas. “Tudo leva a crer que estejamos perante surtos de novos casos associados a determinados locais de trabalho e empreendimentos comerciais e industriais e também a algumas situações de obra, de construção civil”, referiu.

“Não serão os incumprimentos das regras gerais pelas estruturas laborais que estarão a originar, provavelmente, estes focos. Mas sim algum relaxamento nos momentos que não são de trabalho formal — almoço, mudas de roupa, eventual utilização de meios de transporte coletivos, que não transporte públicos”, afirmou.

“Muitas destas pessoas nunca deixaram de ir trabalhar”, afirmou. “No cumprimento de algumas medidas como o distanciamento, a higienização e a utilização de máscara é que poderão não estar a ser tidas todas as cautelas”, continua.

Marta Temido aponta ainda situações de convívio a montante dos locais de trabalho, bem como situações de trabalhadores sem vínculo com as entidades empregadoras, no caso de empreitadas e de contratados por empresas de trabalho temporário.

Sobre uma eventual fragilidade do vírus face à subida das temperaturas, Graça Freitas, diretora-geralda Saúde, recordou o aumento exponencial de casos na Amércia Latina, onde os termómetros registam, por estes dias, temperaturas elevadas. “Eu não depositaria muitas expectativas no aquecimento”, admitiu.

ZAP //

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