A China acusou os Estados Unidos (EUA) de espalhar o pânico ao limitar as viagens e a evacuar os cidadãos norte-americanos daquele país por causa do coronavírus. O Governo chinês afirma que estas decisões terão contribuído para que as ações chinesas caíssem depois do feriado do Ano Novo Lunar.
O número de mortos na China causados pelo coronavírus, que surgiu em Wuhan, aumentou no domingo para 361, registando-se mais 57 que no dia anterior. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou-o como uma emergência global. A primeira morte fora daquele país ocorreu também no domingo, nas Filipinas.
Segundo noticiou o Independent, citando a Reuters, algumas cidades chinesas, incluindo Wuhan, permanecem em confinamento e a China enfrenta um crescente isolamento internacional, que, por sua vez, acusou os EUA de espalhar o medo, ao retirar os seus cidadãos do país e ao restringir as viagens, ao invés de oferecer ajuda.
Washington “fabricou e espalhou o pânico de forma incessante”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying. “São países desenvolvidos como os EUA, com recursos e instalações de prevenção de epidemias, que lideraram a imposição de restrições excessivas, contrárias às recomendações da OMS”, afirmou, indicando que os países devem fazer julgamentos razoáveis, calmos e baseados na ciência.
Já o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a referir que as proibições relativamente às viagens são desnecessárias. “Não há razão para medidas que interferem desnecessariamente nas viagens e no comércio internacional”, disse, convidando “todos os países a tomarem decisões consistentes e baseadas em evidências”.
A China já afirmou que é necessário que a comunidade internacional trate o vírus de uma forma objetiva e justa, não devendo “criar pânico deliberadamente” entre a população. O país continuará a adotar uma “atitude responsável” em relação à saúde pública, implementando medidas de controlo para impedir a propagação do vírus.
As consequências do vírus, contudo, fizeram-se sentir nas ações chinesas, que caíram quase 8%. As ‘commodities’ negociadas em Xangai, desde o petróleo até ao cobre, atingiram os limites máximos de queda. Estes resultados ocorreram apesar da injeção do banco central de cerca de 156 mil milhões de euros.
De acordo com o Independent, quando as bolsas de valores reabriram, a maioria das províncias chinesas prolongou o feriado do Ano Novo Lunar para tentar conter o vírus. O retorno do trabalhadores em Hubei, por exemplo, acontecerá somente a 13 de fevereiro.
Entretanto, forma registados mais 2.829 infetados com o vírus na China, elevando o total para 17.205. A OMS relatou pelo menos 151 casos confirmados em 23 outros países e regiões, incluindo EUA, Japão, Tailândia, Hong Kong e Grã-Bretanha.
Um hospital construído em Wuhan em apenas oito dias, que servirá para tratar as pessoas infetadas, começou a receber pacientes esta segunda-feira. Mais de 7.500 trabalhadores participaram do projeto, lançado a 25 de janeiro e finalizado neste fim de semana. Um segundo hospital, na mesma cidade, deverá estar pronto a 05 de fevereiro.
Além de tentar impedir a propagação do vírus proibindo as viagens, diversos países também estão a retirar os cidadãos de Wuhan. Os EUA planeiam “mais alguns voos” para ir buscar cidadãos norte-americanos à China e a Rússia, que já tinha suspendido as viagens de comboio para aquele país, começou a evacuar os seus cidadãos esta segunda-feira.
Na segunda-feira passada, a Austrália retirou 243 pessoas de Wuhan, colocando-as em quarentena numa ilha remota. Seguindo os passos dos EUA, no sábado passou a impedir a entrada de todos os estrangeiros que viajem da China continental.
O número de mortes na China já ultrapassou o número total de óbitos provocados pelo surto de 2002 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), outro coronavírus que emergiu no país e matou quase 800 pessoas em todo o mundo. Mesmo assim, dados chineses sugerem que o novo coronavírus é menos mortal que o Sars.
Coronavírus / Covid-19
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Os Chineses já andam a dois anos a brincar com este vírus. Lançaram agora para ver se conseguem controlar o mundo. Mas espero que um dia o mundo lhes faça a eles o que fizeram e que estão a fazer. Foi pena os EUA não terem sido mais agressivos com eles e o resto do mundo não se terem juntado aos EUA.