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Chefe da marinha ucraniana deserta e comanda nova marinha da Crimeia

Wolfhowl / Flickr

Fragata ucraniana U130 "Hetman Sahaydachniy"

Fragata ucraniana U130 “Hetman Sahaydachniy”

O primeiro-ministro pró-russo da Crimeia, Serguii Axionov, anunciou hoje a criação da marinha de guerra da república autónoma ucraniana, noticiou a agência russa Interfax.

Axionov, nomeado há três dias pelo parlamento da Crimeia e que não é reconhecido pelas novas autoridades no poder em Kiev, acrescentou que o comando desta armada será entregue ao contra-almirante Denis Berezovski.

De acordo com o governo da Crimeia, Berezovski jurou lealdade ao poder na região autónoma, depois de abandonar o posto de comandante das forças
navais ucranianas. “Juro lealdade aos habitantes da república autónoma da Crimeia (…) Juro obedecer às ordens do comandante supremo da república autónoma da Crimeia”, declarou, numa conferência de imprensa no estado-maior da frota russa em Sebastopol.

Na mesma conferência de imprensa, Serguii Axionov saudou o “acontecimento histórico” e sublinhou que o contra-almirante Berezovski aceitava colocar-se “sob as ordens das autoridades legítimas da península”.

Berezovski foi nomeado na sexta-feira chefe da marinha ucraniana pelo presidente interino, Oleksandr Turchinov. O poder de Kiev é cada vez mais reduzido na Crimeia, onde milhares de soldados não identificados estão a bloquear os militares ucranianos nas casernas.

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do ex-presidente Viktor Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.

A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar “o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia”.

Esta decisão surgiu um dia depois da denúncia da Ucrânia de que a Rússia fez uma “invasão armada” na Crimeia.

Para hoje está convocada uma reunião de emergência da NATO, ao nível de embaixadores, sobre “a grave situação na Ucrânia”.

Já o presidente norte-americano, Barack Obama, telefonou a Vladimir Putin a quem pediu para fazer recuar as forças russas para as bases na Crimeia, advertindo-o contra um isolamento internacional crescente, se mantiver a intervenção na Ucrânia.

A administração norte-americana fez igualmente saber, em comunicado oficial, que decidiu suspender a participação nas reuniões preparatórias da cimeira do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia).

Por seu lado, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, exortou a Rússia a renunciar ao envio de tropas em direção à Ucrânia e respeitar as leis e compromissos internacionais.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da União Europeia vão reunir-se de urgência na segunda-feira para analisar a situação na Ucrânia.

TD TUBS / Wikimedia

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/Lusa

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