Cessar-fogo (temporário) na Ucrânia

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Mikhael Klimentyev / Kremlin / EPA

Vladimir Putin

Vladimir Putin anunciou um cessar-fogo a partir das 12h desta sexta-feira. É altura de celebrar o Natal no calendário ortodoxo.

A guerra na Ucrânia vai parar, pela primeira vez. Pelo menos do lado russo. É uma paragem temporária, mas vai acontecer.

Vladimir Putin apelou nesta quinta-feira a um cessar-fogo entre as 12 horas desta sexta-feira e as 23h59 deste sábado.

Motivo: dia 7 de Janeiro, sábado, é o dia de Natal no calendário da Igreja Ortodoxa – que é seguido pela maioria dos russos.

“Com base no facto de que um grande número de cidadãos que professam a ortodoxia vivem nas áreas de combate, pedimos ao lado ucraniano que declare um cessar-fogo e lhes dê a oportunidade de assistir aos serviços religiosos na véspera de Natal, bem como no dia da Natividade de Cristo”, escreveu o presidente da Rússia, citado pela agência Interfax.

Putin já deixou essa ordem de cessar-fogo ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, seguindo assim o apelo do patriarca russo Kirill.

“Atendendo ao apelo de Sua Santidade o patriarca Kirill, instruí o ministro da Defesa para introduzir um regime de cessar-fogo ao longo de toda a linha de contacto na Ucrânia desde as 12:00 de 06 de janeiro deste ano até à meia-noite de 07 de janeiro”, lê-se no comunicado.

O Patriarca tinha apelado oficialmente a uma trégua de Natal por “todas as partes envolvidas no conflito destrutivo”.

Do lado ucraniano, no gabinete do presidente Volodymyr Zelenskyy, acredita-se que este pedido de Kirill, agora transformado em anúncio oficial, é “uma armadilha cínica e um elemento de propaganda“.

Mikhail Podolyak, conselheiro do chefe do gabinete de Zelenskyy, disse que a Igreja Ortodoxa Russa não é uma autoridade para a ortodoxia global e “age como propagandista de guerra”, pedindo até “o genocídio dos ucranianos”, cita o portal Meduza.

O dia 7 de Janeiro também era o dia de Natal para milhões de ucranianos, desde há gerações.

Mas nos últimos anos começou a ser aberta a possibilidade de escolher o dia 25 de Dezembro. Já com a guerra a decorrer, a Igreja Ortodoxa ucraniana anunciou que vai assinalar o Natal no dia 25 de Dezembro. Sem obrigar os fiéis a mudar a sua rotina, mas vai “medir a adesão nos lugares de culto”.

Em Portugal, averiguou o ZAP, os ucranianos apontam que 2022 tenha sido o último ano com celebrações a 7 de Janeiro, em casas ou igrejas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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1 Comment

  1. Quando a hipocrisia Religiosa anda de mãos dadas com o “Horror” , este Criminoso merecia un Fim a medida dos eus crimes ! …… E a pergunta certa é , e Deus , nisto tudo ?????????

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