Israel e o movimento radical palestiniano Hamas acordaram um cessar-fogo de 72 horas na Faixa de Gaza, palco de uma ofensiva militar israelita desde 8 de julho, anunciou hoje o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry.
O secretário de Estado norte-americano, que se encontra em Nova Deli (Índia) e que falava na sexta-feira (ainda quinta-feira em Portugal), avançou que as duas partes vão cessar as hostilidades às 8h locais (6h hora de Lisboa) de sexta-feira e iniciar negociações no Cairo.
Momentos depois de o anúncio de Kerry, um porta-voz do Hamas em Gaza disse que o movimento palestiniano tinha aceitado a trégua humanitária de 72 horas.
“O Hamas e todos os movimentos da resistência [palestiniana] aceitaram um cessar-fogo humanitário de 72 horas, a começar na sexta-feira às 8h, que será respeitado por todos estes movimentos se a outra parte [Israel] também observar o cessar-fogo“, afirmou o porta-voz, Fawzi Barhoum.
Na mesma intervenção em Nova Deli, John Kerry referiu que Israel irá prosseguir, durante a trégua de 72 horas, com as operações “defensivas” contra os túneis escavados pelo Hamas.
O chefe da diplomacia norte-americana precisou que Israel continuará com as operações “atrás das linhas” definidas durante o conflito.
“Este cessar-fogo é muito importante para dar aos civis inocentes um descanso que tanto precisam face à violência”, disse ainda John Kerry.
Segundo o responsável norte-americano, durante a trégua de 72 horas, “os civis de Gaza irão receber a ajuda humanitária que precisam urgentemente e terão a oportunidade de exercer atividades vitais, como enterrar os seus mortos, cuidar dos feridos e reabastecer os bens alimentares“.
Durante este período, também deverão ser feitas, acrescentou Kerry, “as reparações necessárias nas infraestruturas de fornecimento de água e de energia”.
“Violação flagrante” do cessar-fogo
O Governo israelita acusou o movimento palestiniano Hamas e os seus aliados de “violação flagrante” do cessar-fogo menos de quatro horas após a sua entrada em vigor na Faixa de Gaza, contabilizando-se mais de trinta palestinianos.
“Mais uma vez, as organizações terroristas de Gaza cometeram uma violação flagrante do cessar-fogo, no qual eles mesmos se engajaram junto do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, segundo um comunicado dos serviços do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Não foram dados mais detalhes sobre a natureza das violações ao cessar-fogo que deveria durar três dias, mas que já parecia ameaçado durante a manhã.
/Lusa
Conflito Israelo-Árabe
-
22 Junho, 2015 ONU identifica possíveis crimes de guerra em Gaza
-
13 Maio, 2015 Vaticano reconhece Estado da Palestina