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Cerco sanitário prolongado em Ovar. “Situação ainda não está controlada”

Estela Silva / EPA

A Direção-Geral de Saúde decidiu prolongar a cerca sanitária no concelho de Ovar por mais 15 dias, avança o Jornal de Notícias esta quinta-feira.

De acordo com o matutino, as autoridades de saúde vão permitir contudo que a Câmara Municipal de Ovar abra um corredor para escoar a produção das fábricas do concelho, que se estima em mais de 450 milhões de euros em mercadoria.

As empresas que continuam a laborar, conta o Jornal de Notícias, poderão também comprar matérias-primas de forma a não pararem a produção.

O mesmo prolongamento da DGS prevê ainda uma regime de exceção para restaurante, para que estes estabelecimentos possam continuar a trabalhar em regime de take-away, à semelhança do que já acontece no resto do país.

Recorrendo à rede social Facebook, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro já reagiu.

“Manter o cerco nada tem a ver com a criação de um novo cerco. Trata-se sim de não desperdiçar todo o trabalho positivo que foi feito até hoje em Ovar. Apesar dos indícios positivos no concelho, a situação ainda não está controlada“, escreveu Salvador Malheiro no seu perfil pessoal do Facebook.

“Tenho esperança de que este esforço que está a acontecer em Ovar, maior que nos outros concelhos, nos vai permitir sair mais cedo desta crise e reerguer a nossa economia local mais depressa e assim ajudar o nosso País. Primeiro a VIDA HUMANA. Primeiro as PESSOAS. Temos que salvar o máximo de Vidas Possível”, sustentou.

Salvador Malheiro foi consultado pelo Governo

A decisão não surpreendeu o presidente da Câmara de Ovar, que revelou, em declarações à TSF, ter sido consultado pelo Governo sobre o assunto.

“Tive oportunidade de ser ouvido pelos nossos governantes antes desta decisão e naturalmente que compreendo a decisão de prorrogar o prazo, até porque qualquer atitude de retirar a pressão da mola podia ser muito mal interpretado pelas nossas gentes. Por outro lado, poderia ser eventualmente deitarmos por terra todo o esforço e todo o trabalho realizado nas últimas semanas”, disse Salvador Malheiro.

Questionado sobre a preocupação de um grupo de empresas de Ovar, que antecipam a destruição de milhares de empregos, Salvador Malheiro deixa um apelo: “Os nossos empresários e industriais estão a sofrer mais que os outros do resto do país, porque já estão há 15 dias encerrados e agora mais 15 dias. Isto, naturalmente, vai trazer muitos prejuízos grandes. De todas as formas, apelo à colaboração desses mesmos empresários, no sentido de nós só podermos perspetivar o reerguer da nossa economia local depois de ultrapassarmos este problema de saúde pública. Não há economia sem pessoas“, frisou.

Segundo os últimos dados divulgados pela Câmara de Ovar, desde o início do surto, foram confirmados 343 casos de Covid-19 no concelho e 14 mortes.

ZAP //

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