Com a segunda fase da vacinação contra a covid-19 a arrancar na próxima semana, os centros de saúde não sabem como serão convocados os utentes sem médico de família ou seguidos fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Esta segunda fase, que incluirá pessoas com mais de 50 anos e pelo menos uma condição médica – doença coronária, insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou doença pulmonar obstrutiva crónica -, levou os centros de saúde a validar as listagens, que não incluem aqueles que não estão registados nessas unidades de saúde, noticiou o Observador.
“Não temos ainda informação de como os utentes vão ser convocados e ainda há dúvidas sobre os utentes sem médico de família e os que não frequentam o Serviço Nacional de Saúde”, indicou ao Jornal de Notícias o presidente da associação que representa as unidades de saúde familiares (USF-AN), Diogo Urjais.
O responsável acrescentou que está previsto que estes utentes apresentem uma declaração do seu médico assistente no privado a comprovar a patologia, mas não está claro quem validará esses documentos.
“A maneira mais fácil” será o utente “contactar o médico assistente no âmbito dos cuidados privados”, sugeriu o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF ), Nuno Jacinto. “Esse colega, fazendo a articulação que é habitual entre médicos, fará chegar a informação ou ao médico de família do utente ou no caso de não ter médico atribuído à unidade de saúde a que pertence”, disse à Rádio Observador.
Quanto à distribuição das vacinas, é “imperativo” que o processo seja centralizado, escolhendo um centro de saúde por agrupamento ou por concelho para proceder à vacinação, apontou Diogo Urjais.
“A distribuição das vacinas ocorre segundo um calendário próprio, muitas vezes somos avisados na véspera ou alguns dias antes”, notou Nuno Jacinto. “Só quando soubermos quais são as vacinas e quantas é que vamos receber em cada dia, em cada semana, é que podemos programar essa administração” e “começaremos a avisar os utentes”, sublinhou.