A euforia no início da vacinação contra a covid-19 em Portugal foi criticada por Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, que salientou que os profissionais de saúde do privado não podem ser tratados como “profissionais de segunda”.
O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, condenou este domingo aquilo que considerou o “espetáculo mediático” do começo do plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal.
“O espetáculo mediático da ministra [Marta Temido] com a chegada da vacina, a juntar ao envio do aviso por telemóvel a todos os portugueses, quando a maioria da população será vacinada apenas daqui a meses e quando ainda há tanto a fazer e que já devia ter sido feito, é irresponsável e induz uma sensação triunfal que é falsa”, afirmou o líder centrista numa nota enviada à comunicação social.
Em declarações à TSF, o responsável político disse que, em vez de “espetáculos mediáticos”, era importante que houvesse “uma verdadeira estratégia de sensibilização da população para que os portugueses possam aderir à vacina no sentido de lhes darmos segurança para podermos atingir imunidade de grupo tão cedo quanto possível”.
“Nesta altura, quando ainda há tanta coisa que falha”, como a identificação das cadeias de transmissão ou a aplicação StayAway Covid, “eu optaria pelo anúncio de que a vacina está disponível, mas com menos folclore, com mais cautelas e outra serenidade”, argumentou.
Apesar de não ser “o fim do vírus”, Rodrigues dos Santos sublinhou que “é um marco de felicidade e de esperança”. “Nem sequer é o princípio do fim. É, talvez, o fim do princípio que nos levará à vitória final. Até lá, separam-nos longos meses de resistência, em que se espera que a nossa administração pública esteja à altura da execução da complexa e gigante operação de vacinação”, rematou.
Francisco Rodrigues dos Santos criticou também o diferente acesso à vacinação por parte de profissionais de saúde do público e do privado. “Não pode ser apenas a ministra do SNS e deve abrir a resposta médica a todo o sistema e à capacidade que está instalada”, criticou, numa referência a Marta Temido.
“Não há, em Portugal, profissionais de saúde de primeira ou de segunda consoante o hospital no qual prestam serviço”, insistiu.
O plano nacional de vacinação contra a covid-19 arrancou este domingo no Hospital de São João, no Porto, com o médico infecciologista António Sarmento a receber pelas mãos da enfermeira Isabel Ribeiro a primeira dose.
O primeiro lote de vacinas, que chegou este sábado a Portugal, será reforçado com a antecipação da entrega de mais 70.200 doses, que têm chegada prevista para esta segunda-feira, elevando o total disponível para administração até ao final do ano para 79.950 vacinas, segundo o Ministério da Saúde.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa
Chiquito, tens de formar um partido com o Ventura! Só vocês é que têm tomates para apresentar as verdades a este povo! Muito bem!
Vão ficar eufóricos durante um ano ou dois. Já só faltam as filarmónicas.
Tanto “folclore” para nada.