Casos “abafados”, professores sem carreira e falha de funcionários. Assim se resume o 1º mês de aulas

A denúncia é feita pelo sindicalista Mário Nogueira. Ainda assim, o secretário-geral da FENPROF diz que a transparência tem sido “a norma”. Contudo, já há professores a parar de ensinar para envergar noutras áreas, enquanto que os funcionários das escolas não são suficientes. Ministério já prometeu novo reforço em janeiro de 2021.

De acordo com a denúncia feita por Mário Nogueira, há escolas cujas direções “optam por não divulgar” e “abafam” casos positivos de covid-19. Em declarações ao jornal “i”, o sindicalista revela que lhes chegam todos os dias “relatos de escolas em que é dito aos professores que não divulguem o problema no exterior da escola. Supostamente é para não criar alarmismo, mas é estranho.”

O secretário-geral da FENPROF sublinha que esta “não é a norma”, pois a maior parte das escolas tem sido transparente. Filinto Lima, da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, também concorda com este ponto de vista e explica que “não devemos alarmar mas sim informar e ser verdadeiros. E é com este equilíbrio que as escolas têm atuado”.

Este equilíbrio mantido por grande parte das escolas não tem sido fácil de cumprir, uma vez que há uma grande escassez de professores, garante Filinto Lima. “Alguns professores já começam a meter licença sem vencimento, ou seja, estão a querer experimentar outras áreas, e o futuro deles pode ser noutras áreas, podem deixar o ensino”, considera.

No Orçamento do Estado para 2021, está prevista a vinculação de 3 mil funcionários nas escolas a partir de janeiro. Em relação a isto Filinto Lima acredita que “seja um passo definitivo para se deixar de falar de uma escassez crónica destes funcionários”, disse ao Jornal de Notícias.

Porém, para já, o reforço “temporário” é só de 1500 pessoas. “São 1500 para 811 agrupamentos e quase 5000 escolas – é uma gota no oceano”, divulgou Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares ao JN.