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Canos rotos, sujidade e cheiro a gás. É assim a Aldeia Olímpica

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Marcelo Sayao / EPA

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Várias delegações relataram problemas ligados com acabamentos e falta de limpeza no complexo que vai servir de morada aos atletas que chegaram ao Brasil para competir nos Jogos Olímpicos.

As queixas começaram com a comitiva australiana que chegou, no domingo passado, à Aldeia Olímpica, situada na zona da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O cenário negro começou a ser descrito pela Chefe de Missão australiana, Kitty Chiller, que afirmou mesmo que os atletas foram retirados do complexo.

“Devíamos ter ido para a aldeia a 21 de julho mas temos ficado em hotéis nas redondezas, porque a aldeia, simplesmente, não está segura ou pronta”, explicou.

Em comunicado, a representante descreveu a existência de “casas de banho trancadas”, “canos rotos”, “água a escorrer do teto e a empoçar”, “curto-circuitos elétricos” e “um forte odor a gás”.

O anúncio gerou uma troca de farpas com o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que decidiu ironizar as queixas, dizendo que ia providenciar um canguru para fazer a delegação australiana se sentir em casa.

A resposta da comitiva australiana não tardou a chegar: “Não precisamos de cangurus, precisamos de canalizadores para arranjar os vários lagos que encontrámos nos apartamentos”, cita a BBC.

Seguiram-se queixas de outras delegações como, por exemplo, a britânica, a neozelandesa, a argentina ou a sueca. Todas se queixavam dos mesmos problemas, ou seja, os acabamentos e a falta de limpeza.

As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda decidiram, por sua vez, contratar trabalhadores para refazer os serviços nos apartamentos que lhes eram destinados.

No caso de Portugal, vários apartamentos da delegação ainda não tinham água e estavam sujos mas nada de grave comparado com o espaço de outras delegações.

Entretanto, o Chefe da Missão portuguesa, João Garcia, anunciou à agência Lusa que os problemas “foram ultrapassados”.

“Tivemos um problema com um ralo e um problema com gás num dos 77 apartamentos. Não me parece que seja minimamente digno de registo”, disse.

Depois das várias denúncias, o comité organizador contratou 500 pessoas para resolver rapidamente estes problemas e espera-se que fique tudo pronto ainda esta semana.

No total, são esperadas 18 mil pessoas na aldeia, apoiadas por cerca de 13 mil funcionários e voluntários.

Lutador neozelandês sequestrado

Além dos problemas dentro do complexo que vai servir de morada aos atletas a competir nas “Olimpíadas”, a falta de segurança no exterior também está a dar que falar.

O lutador de jiu-jitsu neozelandês, Jason Lee, denunciou através das redes sociais ter sido sequestrado no fim-de-semana por vários homens vestidos com uniformes de polícias.

Segundo o texto publicado no Facebook, o atleta foi abordado por homens fardados e ameaçado de prisão, caso não entrasse na viatura.

De seguida, os homens exigiram que levantasse “uma grande quantidade de dinheiro” de uma caixa multibanco para ser libertado.

Segundo Jason, o episódio aconteceu fora do Rio de Janeiro, quando estava a regressar de uma competição em Resende, na zona sul fluminense.

“Não sei o que é mais deprimente: o facto destas coisas acontecerem com estrangeiros tão próximo dos Jogos Olímpicos ou o facto dos brasileiros terem de viver numa sociedade que permite estas situações diariamente”, escreveu.

De acordo com o jornal neozelandês NZ Herald, o lutador está há dez meses no Brasil para aprimorar as suas técnicas de jiu-jitsu, já que o país é uma referência nessa modalidade.

ZAP / Lusa / BBC / ABr

4 Comments

  1. Estavam à espera de quê?
    País podre como o Brasil, não era de esperar outra coisa.
    Com tanto país bom para realizar os jogos internacionais da paz…. Tinham logo de escolher um onde as pessoas não sabem o significado dessa palavra.
    É para aprenderem.
    Fica na história… Sochi (Russia) e Rio de Janeiro (Brasil).

  2. Mais uma vergonha à brasileira!…
    O que interessa não são os jogos olímpicos, mas sim reabilitar toda uma zona com alto valor imobiliário e apenas se usa os jogos olímpicos como desculpara para tirar os pobres e favelas do caminho!…
    Mas, com mundial de futebol no Qatar, J. Olímpicos na China, etc, etc, já se viu como anda o “depsorto”!…

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