Enquanto o sul da Europa quer manter o ensino presencial, estudos de cientistas britânicos divulgados em dezembro mostraram uma clara relação entre as taxas de infeção entre os alunos e pessoal das escolas e as da comunidade.
Um desses trabalhos é o Estudo de Infeção nas Escolas, realizado pela Public Health England (equivalente à Direcção-Geral da Saúde), o Instituto Nacional de Estatísticas britânico e a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, que testou dez mil estudantes e pessoal de escolas em Inglaterra em novembro, concluindo que 1,24% dos alunos e 1,29% dos funcionários tinham um teste positivo, noticiou no domingo o Público.
Um outro estudo revelava que 1,2% da população de Inglaterra tinha sido infetada na semana de 08 a 14 de novembro.
O Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (SAGE) baseou-se nesses dois estudos para não reabrir a maioria das escolas após as férias do Natal, de forma a controlar a epidemia. Depois veio o confinamento geral, com o Serviço Nacional de Saúde britânico sobrelotado.
Os dados da última semana mostraram uma redução do número de casos entre as crianças em idade escolar e nos adultos de 35 a 49 anos no Reino Unido, com a maior parte do ensino à distância. Creches e jardins-de-infância continuam a funcionar normalmente.
O encerramento das escolas foi incluído nas medidas impostas pela Alemanha a partir de 13 de dezembro, com a creches, escolas e lojas não essenciais encerradas até 31 de janeiro, e os deslocamentos limitados a um raio de 15 quilómetros do domicílio.
Um estudo alemão, do Centro de Investigação da Saúde Ambiental, mostrou que as infeções são seis vezes mais frequentes do que se pensava até agora.
Um estudo da Universidade de Viena, na Áustria, divulgado a 04 de janeiro, revelou que havia uma criança infetada e sem sintomas em cada três a quatro das turmas que estudaram, concluindo que estas deviam ser testadas mais frequentemente.
Na Áustria, o ensino é à distância desde 07 e até 15 de janeiro. O ministro da Educação, Heinz Fassmann, anunciou que, para regressar ao ensino presencial, as crianças vão ser testadas, nas escolas ou em casa.
Já Espanha, França e Itália têm mantido as escolas abertas, sem alterações ao protocolo sanitário. No sul de Itália, porém, as escolas só devem reabrir no fim desta semana, início da próxima. O ensino superior só regressará a partir desta segunda-feira (com 50% do ensino em formato presencial), também com variações regionais.
Em Portugal, contudo, o novo confinamento geral que começa na quinta-feira deverá manter as escolas abertas.
Em Portugal a explicação que dão é que as escolas NÃO são um vector de transmissão só porque sim. Alguém alguma vez ouviu alguém dar qualquer razão científica para tal? E já agora, onde se meteu Tiago Brandão Rodrigues?