O Reino Unido quer, num “futuro próximo”, processar milhões de testes à Covid-19 por dia para permitir o funcionamento normal dos locais de trabalho, espetáculos e eventos desportivos e reduzir o período de quarentena, afirmou o primeiro-ministro britânico.
Boris Johnson disse que o Governo britânico tem um plano para implementar “testes em massa”, que sejam “simples, rápidos e escaláveis” e que produzam resultados em entre 20 e 90 minutos. “No futuro próximo, esperamos começar a usar testes para identificar pessoas que são negativos, que não têm coronavírus e não são contagiosas, para que possam comportar-se de forma mais normal sabendo que não podem infetar ninguém com o vírus”, afirmou.
Segundo o primeiro-ministro, o objetivo é processar milhões de testes diariamente para permitir às pessoas “fazerem vidas mais normais sem a necessidade de distanciamento social”, por exemplo em teatros e recintos desportivos, que poderão testar os espetadores e deixar entrar aqueles com resultado negativo.
Dados desta quarta-feira indicam que o país tem capacidade para realizar 370 mil testes, mas só processou cerca de 175.700, tendo nos últimos dias sido noticiados constrangimentos no sistema.
Johnson falava numa conferência de imprensa de anúncio das novas restrições em Inglaterra, que passam a proibir ajuntamentos de mais de seis pessoas em espaços interiores ou exteriores, com exceção para escolas, locais de trabalho e casamentos, funerais ou eventos desportivos que respeitem as medidas de segurança para reduzir o risco de infeção.
A partir de segunda-feira, 14 de setembro, qualquer pessoa que viole a lei incorre numa multa de 100 libras (110 euros) e se reincidir pode ir até 3.200 libras (3.500 euros).
Bares e restaurantes vão também ser obrigados a recolher os dados pessoais dos clientes para poderem disponibilizar ao sistema de rastreamento. Esta é a primeira vez que são impostas restrições a nível nacional desde que o confinamento decretado em março começou a ser levantado, em maio, e reflete a preocupação do governo com o agravamento da situação epidémica e o receio de uma nova vaga da pandemia Covid-19.
Nos últimos meses, as autoridades britânicas têm procurado combater surtos com restrições locais, nomeadamente em cidades e regiões na Escócia e País de Gales, norte e centro de Inglaterra. Nos últimos sete dias, foram registadas mais de 15 mil novas infeções, a maioria das quais de pessoas com idades entre 10 e 29 anos.
Até agora, era possível a dois agregados familiares de qualquer tamanho reunirem-se em espaços fechados ou ao ar livre, ou ajuntamentos de até seis pessoas de diferentes famílias ao ar livre, mas a polícia não tinha poderes para impedir ajuntamentos até 30 pessoas.
As regras variam dentro do Reino Unido devido à autonomia das diferentes nações, pelo que, por exemplo, na Escócia são autorizados encontros de até oito pessoas de três famílias diferentes em espaços fechados, na Irlanda do Norte estão limitados a seis pessoas de duas famílias, mas no País de Gales podem ir até quatro famílias.
Até esta quarta-feira, o Reino Unido registou 41.594 mortes e 355.219 casos de infeção desde o início da pandemia Covid-19, o maior número de mortos na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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