O primeiro-ministro britânico urgiu os britânicos, esta segunda-feira, a “conter a impaciência” ao defender a manutenção do confinamento em vigor para evitar uma segunda vaga de infeções de covid-19.
“Temos de reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controlo deste vírus e deixar que a taxa de contágio volte a subir acima de um. Porque isso significaria, não só uma nova vaga de mortes e doença, mas um desastre económico”, justificou.
O primeiro-ministro pediu ainda aos britânicos para ajudarem o National Health Service (NHS) a salvar vidas ao continuarem a respeitar as medidas de contenção. “Recuso-me a deitar fora todo o sacrifício dos cidadãos. Acredito que estamos a chegar ao fim da crise”, sublinhou, citado pelo jornal online Observador.
Boris Johnson falava à porta da residência oficial, em Downing Street, para onde regressou no domingo depois de duas semanas fora de Londres em convalescença da infeção com covid-19.
O primeiro-ministro voltou hoje ao trabalho, apenas dois dias após o país se ter tornado o quinto a ultrapassar a barreira das 20 mil mortes, depois dos Estados Unidos, Itália, Espanha e França.
De acordo com o balanço de domingo do Ministério da Saúde britânico, o Reino Unido registou 20.732 óbitos e o número total de casos de contágio é agora de 152.840.
O Governo está sob pressão crescente de políticos conservadores para aliviar as medidas de distanciamento social por causa da preocupação com o impacto na economia, e também dos partidos da oposição para publicar o plano para o desconfinamento.
No fim do discurso, Johnson afirmou que pretende “máxima transparência” na forma como as decisões são tomadas e que já existem medidas para a “segunda fase” do surto. “O Reino Unido está a virar a maré“, destacou.
O Executivo tem sido também criticado devido aos problemas em multiplicar a capacidade de testagem, em providenciar equipamento de proteção para os profissionais de saúde e em assistir os lares de idosos.
Johnson, de 55 anos, passou uma semana no Hospital St. Thomas, em Londres, incluindo três noites em cuidados intensivos, onde recebeu oxigénio e necessitou de vigilância médica permanente.
Depois de receber alta a 12 de abril, o primeiro-ministro gravou uma mensagem de vídeo em que reconheceu que esteve em risco de vida, agradecendo aos profissionais de saúde que o assistiram, destacando os enfermeiros português Luis Pitarma e a neo-zelandesa Jenny McGee.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, enquanto primeiro ministro de Estado, foi designado para substituir Boris Johnson na sua ausência, e o chefe do Governo retirou-se para a casa de campo em Chequers Court, juntamente com a namorada, Carrie Symonds.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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