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Bolsonaro questiona recomendações da OMS porque diretor “não é médico”

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Fernando Frazão / Agencia Brasil

Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro criticou o facto de estar ser acusado de “genocídio por ter defendido uma tese diferente da OMS”, afirmando que o diretor da Organização Mundial da Saúde não é médico.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, questionou esta quinta-feira as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) face à pandemia do novo coronavírus, pelo facto do seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “não ser médico”.

“Eu estou a responder num processo dentro e fora do Brasil, sendo acusado de genocídio por ter defendido uma tese diferente da OMS. O pessoal fala tanto da OMS, o diretor da OMS é médico? Não é médico. É como se o presidente da Caixa [instituição financeira brasileira] não fosse alguém da economia. Não tem cabimento”, afirmou Bolsonaro, numa transmissão de vídeo em direto no Facebook.

Apesar de não ser médico, Ghebreyesu tem uma longa carreira na área da saúde, sendo formado em biologia. Antes de ser eleito diretor-geral da OMS em 2017, Tedros, que se tornou no primeiro presidente da instituição nascido no continente africano, trabalhou na Etiópia como ministro da Saúde (2005 a 2012) e como ministro de Relações Exteriores (2012 a 2016).

Além disso, foi presidente do Conselho do Fundo Global de Combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), Tuberculose e Malária; presidente da Parceria Fazer Recuar a Malária e copresidente do Conselho da Parceria Global para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil, segundo o ‘site’ da OMS.

Tedros Adhanom Ghebreyesus tem um doutoramento em Saúde Comunitária pela Universidade de Nottingham e um mestrado em Imunologia de Doenças Infecciosas pela Universidade de Londres, ambas no Reino Unido.

O diretor-geral da OMS é reconhecido mundialmente como investigador e diplomata em saúde, com experiência em primeira mão em respostas de emergência a epidemias.

No início do mês, Bolsonaro chegou a citar um discurso de Tedros Adhanom Ghebreyesu sobre a necessidade de sustento financeiro de determinadas populações durante a pandemia. Contudo, na quinta-feira, o chefe de Estado colocou em causa as diretrizes da OMS, as quais tem sido acusado de não seguir, principalmente em relação ao isolamento social.

“Eu não tenho números, mas entre o Brasil e um país pobre de um outro continente, africano por exemplo, a expetativa de vida é maior aqui ou no Zimbabué? É maior aqui. Porque temos mais rendimentos per capita aqui. Então, se os nossos rendimentos caírem, a morte chegará mais cedo. É isso que eu sempre procurei levar ao conhecimento público. Não podia fugir da verdade”, defendeu o Presidente da República.

Desde o registo dos primeiros casos da doença covid-19 no país, em fevereiro, Jair Bolsonaro mostrou-se crítico das medidas de isolamento social recomendadas pela OMS e pelo seu próprio Ministério da Saúde para travar a disseminação do vírus.

Bolsonaro insiste que as pessoas devem voltar ao trabalho e que a economia deve ser reativada porque “o Brasil não pode parar” por causa do que chegou a classificar como uma “gripezinha“.

“Eu, se fosse o presidente da Caixa, com todo o respeito, eu não ia fazer nada lá. (…) Então o presidente da OMS não é médico, e o pessoal diz que temos de seguir a OMS“, acrescentou o mandatário.

Bolsonaro é alvo de denúncias por genocídio e crimes contra a humanidade, dentro e fora do Brasil. Num dos casos, por exemplo, parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil identificaram 22 pronunciamentos e atos de Bolsonaro sobre o novo coronavírus, apelidando-o de “gripezinha”, minimizando os impactos da pandemia e atacando governadores e a imprensa.

O Brasil registou um novo recorde diário, com 407 mortos e 3.735 infetados de covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 3.313 óbitos e 49.492 casos de infeção, anunciou na quinta-feira o executivo de Bolsonaro.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Como é que uma nulidade destas, um militar falhado e expulso do Exército e político há quase 30 anos sem nunca ter feito NADA de útil, tem coragem de criticar as habilitações de um biólogo que está à frente da OMS??
    É mesmo um Trump sem a escolaridade obrigatória!…

  2. para quem foi militar, foi deputado acho que o cargo de presidente tirou-lhe o cerebro todo
    ja vi pessoas com poucos estudo terem uma postura, uma conversar (boa maneira de se exprimir) muito melhor do que ele.
    parece um analfabeto tanto nas ideis como a conversar

    ele e o trump devem ser irmaos

  3. não é médico mas além de estar ligado ás ciências da vida é um homem sério, honesto, sensato entre muitas outras características humanas das quais o bolsado é desprovido, e rodeia-se de médicos e outros técnicos com os quais se aconselha para tomar decisões acertadas o contrário disto é o bolsado que afasta os médicos e só faz Werda de tal maneira que até o crápula maior que o colocou lá lhe virou as costas e bateu com a porta, que tristeza em que o meu irmão brazil está e não posso fazer nada por ele mas os brazileiros que votaram nessa nulidade podem pedir o IMPEACHMENT.

  4. Coitado. Não batam no “homem”. Ele deve ser psicótico e, como tal, é tudo não sendo nada… mais do que um pária incompetente!

    • “Deve ser ” ?????……..ainda tem alguma duvida caro Carlos ??…… Na Escola dos histéricos Evangélicos há muitos como Ele, foi lá que se formou !

      • Veja como é traiçoeiro o estabelecimento de conclusões verdadeiras, usando premissa(s) falsa(s): Bolsonaro fez algum tipo de conexão entre “ser médico” e “trabalhar na OMS” para fundamentar sua falsa conclusão de que “só pareceres médicos devem ser respeitados”; assim como você o fez, ao estabelecer vínculos entre “psicopatia”, “histeria”, “escola”, “evangélicos”, para validar sua tese de que JB é psicótico por, supostamente, ser “evangelico”.

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