O Brasil registou 615 mortes e 10.503 infetados nas últimas 24 horas, num novo recorde diário desde o início da pandemia.
No total, o Brasil contabiliza 8536 vítimas mortais e 125.218 casos confirmados. O aumento no número de mortes foi de 7,7%, passando de 7921 para 8536. Em relação ao número de infetados, o crescimento foi de 9%, passando de 114.715 para 125.218.
De acordo com o Ministério da Saúde, 140 das 615 mortes incluídas agora ocorreram nos últimos três dias, mas foram contabilizadas esta quarta-feira. A taxa de letalidade da doença no país está agora em 6,8%, estando ainda a ser investigada uma eventual ligação de 1643 mortes com a covid-19.
O Executivo brasileiro deu ainda conta da recuperação de 51.370 doentes, sendo que 65.312 continuam sob acompanhamento.
Antes da divulgação dos números, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tinha afirmado que havia sinais de que “o pior já passou”, referindo-se ao facto de terça-feira ter sido “o sexto dia consecutivo em que o número de mortes desceu”.
Entretanto, a imprensa brasileira avançou que o porta-voz da Presidência, o general Otávio Rego Barros, foi diagnosticado com covid-19. De acordo com o Diário de Notícias, está sem sintomas e a cumprir a quarentena em casa.
Em março, durante a visita oficial aos Estados Unidos, 23 pessoas da comitiva presidencial testaram positivo para o novo coronavírus. Bolsonaro fez duas vezes o teste, tendo tido sempre resultado negativo.
De acordo com o DN, o jornal Estado de São Paulo recorreu à justiça brasileira para obrigar o chefe de Estado a divulgar os resultados dos exames. Bolsonaro negou-se a fazê-lo, recorreu e conseguiu que a ordem fosse suspensa para análise por mais cinco dias.
Agora, segundo o Observador, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) manteve a sua decisão, alegando que, devido ao cargo que desempenha, o estado de saúde do Presidente é um dado de interesse público.
Governo está a negociar quotas de vacinas
O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou, em conferência de imprensa, que o Governo está a negociar quotas de vacinas para o coronavírus que ainda não foram produzidas. Segundo o governante, a ideia é o país antecipar-se na corrida pela compra de novos medicamentos para não correr o risco de sofrer com um possível esgotamento a nível mundial.
“Uma coisa importante é que estamos a conversar com possíveis laboratórios que vão produzir a vacina, para que consigamos garantir que, caso surja uma vacina, o Brasil tenha uma quota, tenha uma parte”, informou.
Teich abordou, pela primeira vez, o tema de um confinamento total e obrigatório, afirmando que será uma ferramenta importante em locais que estejam numa situação “muito difícil” face à pandemia do novo coronavírus.
“O lockdown vai ser importante nos lugares onde estiver muito difícil, com alta incidência, alta ocupação de leitos, muitos pacientes a chegar, infraestruturas que não se conseguiram adaptar. Aí vamos ter uma situação em que realmente vamos ter de proteger as pessoas”, frisou.
“Vai haver lugares em que o lockdown é necessário? Vai haver lugares em que eu vou poder pensar em flexibilização? Vai. O que eu preciso é que paremos de tratar disso de forma radical, até para que tenhamos tranquilidade para implementar as medidas em cada lugar do país”, indicou Teich, acrescentando que o seu ministério já concluiu as diretrizes para ajudar os municípios na tomada de decisões.
Até ao momento, no Brasil, o confinamento total foi adotado na região metropolitana de São Luís, capital do estado brasileiro do Maranhão (nordeste), que desde terça-feira implementou a medida para conter a disseminação do vírus após o crescente número de casos, que naquela região ultrapassou 4.500 infeções e 270 mortes.
Também a cidade brasileira de Fortaleza, capital do Ceará, anunciou que entrará a partir de sexta-feira em confinamento obrigatório, com bloqueio de serviços não essenciais e da circulação de pessoas. Outros estados, como o Pará, adotarão igualmente uma medida semelhante em pelo menos 10 municípios da região, incluindo a capital, Belém, a partir de hoje.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou, na quarta-feira, um relatório ao Ministério Público do Rio de Janeiro no qual recomenda a adoção de lockdown naquele estado, para controlo da pandemia, segundo a imprensa local.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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