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Bofetadas de João Soares eram apenas metáforas ligeiras

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Manuel de Almeida / Lusa

O ex-ministro da Cultura, João Soares

João Soares, ex-ministro da Cultura, diz que deixou o cargo para não prejudicar o governo, considerando que as “bofetadas” que prometeu a dois cronistas são “uma metáfora do mais ligeiro que é possível”.

As declarações foram feitas pelo actual deputado do PS na sua primeira entrevista, na RTP3, após a sua demissão do cargo de ministro da Cultura.

João Soares demitiu-se na sequência do polémico caso das bofetadas que prometeu, num post no seu Facebook, ao sociólogo Augusto M. Seabra e ao historiador Vasco Pulido Valente.

Na entrevista, João Soares diz que o “surpreendeu a reacção” ao seu texto no Facebook, considerando que a referência às bofetadas não passou de “uma metáfora do mais ligeiro que é possível”.

O antigo ministro ainda disse que foi “inacreditável” o mediatismo que o caso teve na comunicação social, realçando que se demitiu para não prejudicar o governo e pelo seu “desapego do poder”.

“Gostava muito de estar a trabalhar no Ministério da Cultura, mas sou um homem desapegado do poder. No momento em que senti que podia estar a prejudicar o Governo, saí”, diz Soares.

O ex-ministro garante que António Costa não o forçou a demitir-se. “Devo dizer-lhe uma coisa: o primeiro-ministro nunca me pôs a questão de eu me dever demitir”.

ZAP

7 Comments

  1. O palhaço João Soares gosta muito de brincar. Claro está palhaço, aqui no sinto figurado, de alguém muito bem disposto e brincalhão. Sinceramente.

  2. Já tinha ouvido chamar à bofetada outros nomes, tais como: chapada, lambada, lampana, bulatada, pastilha, galheta, bilhete, bolacha, bolachada, estampilha e, até, sorvete, sardinha, sarda e solha, mas nunca metáfora. Certamente aprendizagem do tempo em que o paizinho, Mário Sempre Fixe Soares lhas aplicava. Metaforicamente falando, claro.

  3. Pois foi pena de facto o senhor Soares não ter continuado como ministro da cultura porque à bofetada ele poria muita coisa no lugar que neste país vai mal e muito por culpa dos seus camaradas.

  4. Quando uma ameaça de agressão descamba para o ridículo, a única explicação que o cobarde encontra, é dizer que tudo não passava de uma metáfora.
    Nem diz o que sabe, nem sabe o que diz!
    Reles politiqueiro…

  5. Está a escapar ao comentário uma subtileza do gene soarista no tratamento da difícil questão entre o sentido literal e o sentido figurado: é a ‘extrema ligeireza’ que ele atribui à metáfora escolhida para designar o elevado debate intelectual a que se propunha, no instante em que encontrasse os seus estimados interlocutores. O que acrescenta nova ambiguidade pelas areias movediças abaixo: refere-se ele à ligeireza do acto de metaforizar, seguida da ligeireza de voar do governo para fora, ou ao conteúdo ligeiríssimo de esbofetear teoricamente os seus concidadãos, sabido que é que ‘o português é uma língua muito traiçoeira’?

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