Pró-guerra, Andrey Morozov partilhou no Telegram que a Rússia havia perdido 16 mil soldados na captura da cidade ucraniana de Avdiivka e foi alvo de fortes críticas. Fontes russas alegam que se tratou de suicídio.
Famoso ‘blogger’ russo e nacionalista pró-guerra, Andrey Morozov foi encontrado morto após ter feito uma publicação na qual afirmava que o exército russo havia perdido um enorme número de soldados na tomada da cidade ucraniana de Avdiivka, no leste do país.
A causa da morte de Andrey Morozov, que utilizava o pseudónimo “Murz” na aplicação de mensagens Telegram, terá sido suicídio, avançam fontes russas.
No domingo passado, Morozov dirigiu-se aos seus 120 mil seguidores no Telegram, onde disse que a Rússia tinha perdido 16 mil militares e 300 veículos blindados durante a captura de Avdiivka. A publicação foi amplamente criticada por propagandistas russos, que acusaram o ‘blogger’ de “difamar” o Ministério da Defesa.
Nas suas últimas mensagens, nesta terça-feira, Morozov relatou que estava a ser pressionado pelos seus “superiores” para apagar a publicação e anunciou o seu suicídio. Nesse mesmo dia, pessoas próximas confirmaram a sua morte — com alguns a dizer que se suicidou com um tiro.
A intimidação descrita por Morozov na sua última publicação teve lugar dias depois da morte do líder da oposição Alexei Navalny numa prisão russa e do assassinato, em Espanha, de um piloto russo que tinha desertado durante a guerra.
O ‘blogger’, de histórico ultranacionalista, combateu ao lado de separatistas apoiados pela Rússia no leste ucraniano em 2014 e participou na invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Caso semelhante com Prigozhin
Desde junho de 2023, quando o então chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, ensaiou uma rebelião, o Kremlin começou a reprimir vozes como a de Morozov. O próprio Prigozhin morreu três meses após o motim fracassado, quando o avião em que se encontrava se despenhou.
Embora fosse favorável à guerra na Ucrânia, Morozov tinha o hábito de criticar o Kremlin pela falta de armas e acusava Moscovo de ocultar o verdadeiro número de mortos nas suas forças.
Oficialmente, o governo de Moscovo não costuma divulgar as suas perdas, razão pela qual o número de militares mortos no conflito é desconhecido — autoridades ocidentais estimam 315 mil soldados mortos e feridos.
Avdiivka foi conquistada pelos russos no sábado, após a retirada do exército ucraniano, na maior vitória para o presidente Vladimir Putin desde Bakhmut, em maio de 2023. Analistas acreditam que a conquista da cidade tenha resultado num grande número de baixas, além de perdas significativas de armamento.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o Ministério da Defesa do Reino Unido estima que a Rússia tenha perdido pelo menos “400 tanques, veículos de infantaria e outros equipamentos”, além de “milhares de pessoas” em Avdiivka.
A Ucrânia afirmou que, ao longo dos cinco meses de batalha, foram mortos mais de 17 mil soldados russos, número semelhante ao divulgado por Morozov antes de ser reprimido. Kiev culpa os EUA pela derrota em Avdiivka, uma vez que os americanos continuam num impasse quanto ao envio de mais ajuda à Ucrânia.
“Não teríamos [perdido] Avdiivka se tivéssemos toda a munição de artilharia necessária para a defender”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
ZAP // DW
Desde Fevereiro de 2022 que temos visto muitos suicídios na Rússia. Estranho, eu tinha a ideia de que viver na Rússia é que era bom (não morrer).
Mais uma cabeça , para completar a macabra coleção de caça , do Ditador Putin ! quem será o ou a seguinte ? .