Foi encontrado morto num parque de estacionamento em Espanha o antigo piloto do exército russo Maxim Kuzminov, que em agosto do ano passada protagonizou uma mediática deserção.
Há uma semana, foi descoberto um corpo num parque de estacionamento em La Villajoyosa, Espanha.
Segundo a Euronews, o indivíduo, assassinado a tiro, foi inicialmente identificado como de origem ucraniana.
Após dias de investigação, a polícia descobriu que se tratava afinal do piloto russo Maxim Kuzminov, que em agosto do ano passado tinha desertado com o seu helicóptero Mi-8 , entregando-se às forças armadas ucranianas.
A identidade do antigo piloto foi determinada a partir das suas impressões digitais, uma vez que os documentos que trazia eram forjados, diz a Euronews, e confirmada esta segunda-feira pela Guardia Civil espanhola e pelo porta-voz dos serviços secretos militares ucranianos, Andriy Yusov.
Não foi até agora determinada a identidade dos autores do homicídio.
“O que sabemos é que Kuzomov tinha decidido deixar a Ucrânia para ir viver em Espanha, que tinha dito à esposa para ir ter com ele, e que agora foi encontrado morto”, adiantou uma fonte dos serviços secretos ucranianos citada pela BBC.
A deserção de Kuzminov e a notícia de que teria passado a colaborar com os serviços secretos ucranianos ganharam grande atenção dos media em agosto do ano passado.
Na altura, o piloto fugiu da Rússia num helicóptero de transporte militar Mi-8 aterrou na Ucrânia no verão passado. A bordo estavam também dois soldados russos, que não sabiam do plano do piloto. Ambos morreram depois de aterrarem na Ucrânia, segundo fontes citadas pelo Pravda.
Antes de se saber o verdadeiro intuito do piloto, bloggers russos especializados em assuntos militares tinham noticiado o seu desaparecimento, mas afirmaram que se devia à desorientação do piloto.
A deserção de Kuzminov foi usada como propaganda para o esforço de guerra da Ucrânia, que a apresentou como um triunfo para o país e um golpe para a Rússia.
Kuzminov tinha planeado levar para a Ucrânia tantas armas quantas o helicóptero conseguisse. Em contrapartida, a sua família foi transferida para território ucraniano, onde ficaria a viver com o piloto. Foram-lhe também oferecidos novos documentos e uma recompensa de meio milhão de dólares.
“Lamento o que está a acontecer, as mortes, as lágrimas, o sangue“, afirmou na altura Kuzminov, em comunicado citado pela Euronews. “Não quero ser cúmplice dos crimes russos”, acrescentou.
Segundo a agência de notícias oficial russa RIA Novosti, o chefe dos serviços secretos russos, Sergei Narishkin, declarou na ocasião que Kuzminov era “um traidor criminoso e cadáver moral desde que planeou o crime sujo”.
Maxim Kuzminov não é agora apenas um cadáver moral.
Guerra na Ucrânia
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