Os peritos já conseguiram detetar a avaria que esteve na origem da aterragem de emergência na Praia de São João da Caparica, em agosto, e que matou uma criança de 8 anos e um militar de 56.
A avioneta que, em agosto, teve o motor parado quatro minutos após descolar, obrigando a uma aterragem de emergência na praia de São João da Caparica, que matou uma criança de oito anos e um militar de 56, sofreu uma avaria na boia do carburador.
De acordo com o Correio da Manhã, esta é uma das conclusões da investigação, que ainda está aberta, levada a cabo pelos peritos e terá sido esta avaria que causou a paragem do motor. As perícias já realizadas ao motor apontam para a falha na boia do carburador, descreve o CM, que cita fontes próximas do caso.
Na altura do incidente com a avioneta que seguia em voo de instrução, o piloto instrutor Carlos Conde de Almeida disse que fez “várias tentativas de arranque do motor“, mas todas sem sucesso.
No hangar de Viseu, onde as perícias decorrem, o motor viria a pegar normalmente, causando estranheza aos investigadores. No entanto, de acordo com o mesmo jornal, esta situação pode ser justificada pela referida avaria: a boia pode ter obstruído a passagem do combustível.
Apesar de ainda faltarem exames, o CM sabe que a PJ de Setúbal quer, por exemplo, realizar uma reconstituição ou simulação do voo.
Uma das questões mais colocadas relativamente ao acidente fatal foi e o piloto não poderia ter amarado e poupado aquelas duas pessoas, para além do susto que pregou a muitos outros, mas o piloto instrutor sempre disse não estar arrependido: “Fiz o que devia ser feito”.
No interrogatório, que decorreu na tarde seguinte ao acidente, o piloto acrescentou que mal o motor falhou foi ele quem assumiu o controlo da aeronave, ilibando o aluno que o acompanhava.
Na sequência do acidente, o Ministério Público deixou os arguidos em liberdade, embora sujeitos a termo de identidade e residência como medida de coação. “As investigações prosseguem, estando em causa a eventual prática de crime de homicídio por negligência“, referia uma nota da Procuradoria-Geral da República”.