Autarquias recusam enterrar terroristas de Paris (8 continuam na morgue)

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quentinchevrier / Flickr

Manifestação pelas vítimas do ataque ao Bataclan

Ao cabo de três meses após os atentados terroristas de Paris, só dois dos terroristas envolvidos foram sepultados. As autarquias francesas estão a recusar o enterro a oito dos implicados nos cemitérios públicos.

Segundo a BBC, há oito corpos de terroristas implicados nos ataques de Paris que continuam no Instituto Médico Legal de Paris, à espera de que sejam resolvidas as controvérsias para serem enterrados.

Os autarcas não querem acolher nos seus cemitérios indivíduos envolvidos em ataques tão bárbaros, até por temerem que as sepulturas se tornem locais de peregrinação e veneração para adeptos do Estado Islâmico.

Até agora apenas foram sepultados Samy Amimour e o luso-descendente Omar Ismaïl Mostefaï, dois dos terroristas do Bataclan.

A Lei Francesa determina que o enterro deve ocorrer no local onde o falecido residia, no local onde morreu ou no local onde vive a família.

Omar Ismaïl Mostefaï foi sepultado a 12 de Fevereiro, numa “sepultura anónima do sector dedicado a muçulmanos” num cemitério de Thiais, na periferia de Paris.

O enterro ocorreu depois de os autarcas de Chartres, onde ele vivia, e de Romilly-sur-Seine, onde habitam os pais, se terem recusado a acolher os seus restos mortais nos respectivos cemitérios.

Samy Amimour foi enterrado em Dezembro, também numa sepultura anónima no Cemitério de La Courneuve, arredores de Paris.

No caso dos outros oito terroristas, prosseguem as controvérsias, nomeadamente quanto à prova do local onde viviam de facto. E há até um diferendo com as autoridades marroquinas, no caso da prima do alegado mentor dos atentados.

Na altura do atentado ao Charlie Hebdo, em 2015, o enterro do terrorista Said Kouachi também gerou polémica e só acabou por ser sepultado em Reims porque o autarca local percebeu que não poderia contrariar uma decisão judicial neste âmbito.

ZAP

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