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Atraso em concurso custa meio milhão por mês em helicópteros

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Tiago Petinga / Lusa

Termina este domingo o contrato de aluguer dos 3 helicópteros que estão ao serviço do INEM. O atraso no concurso para os substituir, que foi aprovado em abril mas só foi lançado em novembro, vai custar quase meio milhão de euros por mês em ajuste directo.

O Instituto Nacional de Emergência Médica teve de recorrer a contratos por ajuste directo, no valor de 487 mil euros por mês, para alugar a partir de 1 de janeiro os 4 helicópteros de que necessita para resposta a emergências.

Segundo o jornal Público, o concurso para substituição do contrato actual de aluguer de helicópteros com a Babcock, que termina este domingo, foi aprovado em abril mas só foi lançado em Novembro.

O atraso no lançamento do concurso obriga agora o INEM a contratar imediatamente, por ajuste directo, helicópteros que possam estar disponíveis para resposta médica de emergência a partir de 1 de Janeiro – uma solução de recurso que, diz o Público, vai ter um custo para o Estado de 487 mil euros mensais.

O INEM tem 3 helicópteros contratados à Babcock, antiga Inaer, mas o actual contrato, em vigor desde 2013, termina a 31 de Dezembro. Na melhor das hipóteses, o concurso internacional, lançado a 3 de novembro, deverá estar concluído em Março.

O INEM teve que recorrer a contratos por ajuste directo com a mesma empresa, para que esta assegure “uma espécie de prolongamento do contrato” enquanto decorre a tramitação do concurso público.

Segundo uma fonte do INEM, citada pelo jornal, a demora deveu-se ao facto de este ser “um procedimento novo, diferente dos que o INEM estava habituado a fazer“, uma vez que juntamente com a contratação dos aparelhos, o concurso implica ainda desta vez a contratação de médicos e enfermeiros no mesmo pacote.

O concurso, que responsáveis do sector da saúde ouvidos o mês passado pelo Sexta às 9, consideram uma “privatização da ajuda médica de emergência“, coloca pela primeira vez no caderno de encargos não apenas o aluguer dos aparelhos, mas também a subcontratação dos médicos e enfermeiros pela empresa contratada.

“Nós estamos completamente contra a comercialização de enfermeiros e médicos como se fossem helicópteros, carros, paredes”, disse na altura ao programa da RTP a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco.

O concurso poderá render à empresa vencedora 45 milhões de euros em 5 anos, mas até as empresas em teoria interessadas em concorrer olham para o caderno de encargos e dizem que dificilmente irão a jogo, queixando-se de que os moldes do concurso terão sido “feitos à medida”.

Apenas uma empresa parece estar em condições de concorrer: a Babcock, actual fornecedora do serviço. Precisamente a empresa que, realça o Sexta às 9, há dois anos ofereceu ao actual presidente do INEM, Luís Meira, um curso de formação em Alicante.

ZAP //

2 Comments

  1. Depois andam por ai umas vozes a dizer que enquanto o governo estiver refem da esquerda o pais tem dificuldade em avançar…..o pais nao avança mais porque ainda se protegem interesses privados em vez de se pensar em termos de boa gestao de recursos financeiros enfim ja estou é um pouco de idade pra frente senao ia morar para um pais onde nao se protegessem tantos interesses privados

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