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AstraZeneca garante que vai cumprir a entrega de 180 milhões de doses à UE

John Cairns / University of Oxford

Vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford

A farmacêutica anunciou que poderá fabricar na Europa apenas metade das doses que deve fornecer à União Europeia (UE) no segundo semestre e produzir o restante das doses prometidas aos europeus noutros lugares.

A AstraZeneca “está a trabalhar para aumentar a produtividade na sua cadeia de abastecimento na UE” e usará “a sua capacidade global para garantir a entrega de 180 milhões de doses à UE no segundo semestre do ano”, disse à agência France-Presse um porta-voz do grupo anglo-sueco.

“Cerca de metade do volume esperado deve vir da cadeia de abastecimento da UE” e o resto virá da rede internacional da empresa, afirmou.

Estas declarações acontecem depois de, esta terça-feira, citando declarações de uma fonte da UE, a agência Reuters ter divulgado que, do total de vacinas contratualizadas para o segundo quadrimestre deste ano, só metade deveriam chegar aos países.

Este anúncio ocorre depois da polémica sobre as entregas da vacina da AstraZeneca-Oxford à União Europeia no primeiro trimestre, que gerou tensões entre o Executivo comunitário e o grupo farmacêutico.

Antes da aprovação da vacina pela UE, no final de janeiro, a empresa gerou polémica entre os líderes dos Estados-membros ao anunciar que não seria capaz de cumprir a meta de entregar 400 milhões de doses à União Europeia por falta de meios de produção.

O caso também causou tensão diplomática com a Grã-Bretanha, que deixou o bloco europeu, com Bruxelas implicitamente a acusar a AstraZeneca de reservar tratamento preferencial à Grã-Bretanha em detrimento da UE.

O Governo do Reino Unido já imunizou milhões de pessoas com esta vacina desde o final de 2020. Mas a empresa não começou a distribuir na UE até o início deste mês, depois de o regulador europeu de medicamentos ter aprovado o uso da vacina.

Passaporte de vacinação volta a ser debatido

Segundo o semanário Expresso, a criação de um certificado de vacinação vai voltar a ser debatida pelos líderes europeus na reunião por videoconferência desta quinta-feira.

Entre os defensores desta ideia que facilita a circulação dos cidadãos – e poderá ajudar a salvar o turismo nos meses de verão que se avizinham – estão a Grécia e o Chipre. No entanto, ao nível europeu, ainda está longe de gerar consenso.

A Comissão Europeia destaca a informação passada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), que alerta que ainda não há provas suficientes de que uma pessoa vacinada não possa ainda ser infetada e transmitir covid-19.

“Há atualmente provas insuficientes para isentar de quarentena ou de teste os viajantes que tiverem uma prova de vacinação”, disse Maroš Šefčovič, vice-presidente do Executivo comunitário, citado pelo mesmo jornal.

Mesmo assim, o responsável eslovaco quis reforçar que “ser-se vacinado não deve servir de pré-condição para que os cidadãos europeus possam exercer o seu direito fundamental à livre circulação”. Esta “deve continuar a ser possível”, acrescentou, mesmo que continuem a ser “exigidos testes e quarentenas”.

Para já, o único consenso existente, refere o Expresso, passa por criar um certificado de vacinação para fins médicos.

Vacina cubana avança para fase final de testes

Segundo o jornal Público, em Cuba, a vacina contra a covid-19 que está a ser desenvolvida, chamada Sovereign 2, vai avançar para a fase final de ensaios clínicos em março.

O objetivo do Governo cubano é produzir em massa esta vacina, assim que receber aprovação das autoridades de saúde, não só para vacinar a sua população, mas até mesmo os turistas que pretendam visitar o país.

A vacina em questão é apenas uma das quatro que estão a ser desenvolvidas em Cuba. De acordo com o mesmo diário, é constituída por três doses que devem ser administradas com intervalos de duas semanas, e, ao contrário das vacinas da Moderna e da Pfizer, não tem de ser armazenada a temperaturas muito baixas.

Nesta última fase de ensaios clínicos, a vacina será testada em cerca de 150 mil pessoas em Cuba e no Irão, que já demonstrou interesse na sua aquisição. O México também está em negociações para participar nesta terceira fase.

ZAP // Lusa

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