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Assalto a Tancos deixa secretas e militares de candeias às avessas

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Paulo Novais / Lusa

Militares à entrada dos Paióis Nacionais do Polígono Militar de Tancos

As secretas e os militares estão “em choque” no âmbito do assalto aos Paióis Nacionais de Tancos, tudo porque o chefe dos espiões disse no Parlamento que só soube do roubo pelos jornais. Uma versão que é contrariada por fontes militares.

O Expresso e o Observador avançam, neste sábado, que a Polícia Judiciária Militar (PJM) assegura ter havido uma reunião do Centro de Informações e Segurança Militares em que o caso foi abordado com as secretas e com as forças de segurança, antes de a informação ter sido divulgada à comunicação social.

O secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, disse no Parlamento que só soube do assalto a Tancos através do Serviço de Informações de Segurança (SIS), notando que este só teve conhecimento do roubo pelos jornais.

A PJM garante porém, conforme citam o Observador e o Expresso, que no dia a seguir à confirmação do roubo, houve uma reunião dos militares com elementos do SIRP, do SIS, da GNR e dos serviços de informações do Exército. O Observador afiança que só a PSP não marcou presença.

Estas duas versões contraditórias estão a gerar “mal-estar” entre as secretas e os militares, frisa o Expresso.

Entretanto, o jornal Sol adianta que o ministro da Defesa, José de Azeredo Lopes, só teve conhecimento do assalto no dia em que este foi anunciado à comunicação social pelo Exército. “E tardou em comunicá-lo à ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e à ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa”, aponta o semanário.

O Correio da Manhã vinca também que a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, não foi informada do assalto pela GNR e que também só conheceu o caso pelos jornais.

Esta descoordenação de comunicações fez com que “o sistema que coordena os serviços de segurança com as forças policiais” demorasse “dois dias (mais de 48 horas) a entrar em acção”, conforme conclui o Sol.

ZAP //

3 Comments

  1. Chegamos a um ponto em que não se pode confiar em nada nem ninguém e ninguém se entende, dá para perguntar qual a responsabilidade das pessoas à frente destes organismos e quem vigia o seu funcionamento, estamos à deriva como um barco sem comandante!.

  2. As tranferências bancárias às vezes demoram alguns dias. Só fizeram barulho quando perceberam que não tinham recebido a sua parte do negócio…

  3. Se a situação não fosse tão grave tudo isto dava vontade de rir. Tudo isto significa que se não fosse a Comunicação Social, hoje ainda nada se sabia. É evidente que os militares já sabiam da situação há muito tempo (especialmente aqueles que foram “exonerados”, depois readmitidos nos seus postos de comando, e qualquer dia louvados pelos bons serviços prestados à Pátria e depois, naturalmente, promovidos-esperem e verão se não vai ser assim) se o comunicaram ao Chefe do EME, ao Chefe do EMGFA e ao respectivo Ministro isso seguramente que não o fizeram.
    Mas então onde estão as consequências disso?
    O Rei vai Nu.

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