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App chinesa bloqueada por perguntar “que dia é hoje” nos 32 anos do massacre de Tiananmen

A conta na rede social Weibo, o Twitter chinês, foi bloqueada depois de ter ousado perguntar “que dia é hoje” no 32.º aniversário do massacre de Tiananmen.

Com mais de 300 milhões de utilizadores, a Xiaohongshu, plataforma em que os internautas trocam recomendações sobre compras e viagens, e cujo nome evoca o famoso “Pequeno Livro Vermelho” do ex-presidente Mao Zedong (1949-76), difundiu uma mensagem no Weibo, na sexta-feira, com a seguinte frase: “Alguém me pode lembrar ruidosamente que dia é hoje?”.

Acontece que a passada sexta-feira foi dia 4 de junho, uma data tabu na China desde a repressão sangrenta sobre os protestos pró-democracia, em 1989, na Praça Tiananmen, em Pequim.

A mensagem não terá sido uma referência àquela data: Xiaohongshu difundiu, no passado, mensagens semelhantes a sextas-feiras, em alusão à aproximação do fim de semana. Mas, ainda assim, a conta da plataforma Xiaohongshu, seguida por 14 milhões de pessoas, foi bloqueada esta segunda-feira, por “reclamações sobre a violação de leis e regulamentos”.

Em junho de 1989, a intervenção do exército chinês contra manifestantes pacíficos deixou centenas de mortos. O regime comunista nunca lamentou o massacre. Nos últimos 32 anos, Pequim tentou apagar a memória da repressão e muitos jovens têm, na melhor das hipóteses, apenas uma vaga ideia dos eventos.

Na sexta-feira, os utilizadores da aplicação de mensagens instantâneas WeChat não puderam usar a figura que representa uma vela acesa, um símbolo que poderia representar uma homenagem às vítimas. Qualquer comemoração do aniversário de 4 de junho está proibida na China.

ZAP // Lusa

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