A polícia de Hong Kong deteve na quarta-feira quatro membros de um grupo pró-democracia que organiza o comício anual de 04 de junho, em homenagem àqueles que morreram durante a repressão na Praça Tiananmen, em 1989.
De acordo com a agência Reuters, a ativista e advogada Chow Hang Tung, da Aliança de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos na China, é um dos quatro membros detidos.
“Quero dizer aos moradores de Hong Kong que precisamos continuar a resistir, não nos rendamos ao poder irracional de forma rápida e fácil”, disse Chow aos jornalistas na terça-feira, quando se dirigiu à sede da polícia para dizer aos agentes que não forneceria as informações solicitadas.
Em agosto, as autoridades enviaram uma carta à aliança, solicitando informações sobre os seus membros, finanças e atividades até 07 de setembro. No documento, a organização era acusada de ser “um agente das forças estrangeiras”. O não fornecimento das informações pode resultar em multa e numa pena de prisão de seis meses.
O Departamento de Segurança Nacional disse ter detido três homens e uma mulher, com idades entre os 36 e os 57 anos, por não cumprirem os requisitos da lei de segurança nacional. Os responsáveis indicaram disse que as investigações estão em andamento e não descartaram novas detenções.
A lei de segurança nacional pune com prisão perpétua atos que consideram secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras. A prisão de Chow ocorreu horas antes de a advogada representar o político da oposição Gwyneth Ho, detido sob a acusação de conspiração para cometer subversão.
Os líderes da Aliança, Albert Ho e Lee Cheuk-yan, estão presos por terem participado nos protestos antigovernamentais que agitaram Hong Kong, em 2019. Em julho, o grupo informou que havia demitido funcionários para garantir a sua segurança e que metade dos membros do comité havia renunciado.
Massacre de Tiananmen
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