Após ameaça nuclear de Putin, Ocidente reforça apoio à Ucrânia

9

Roman Pilipey / EPA

No terreno, as últimas horas ficaram marcadas pela maior troca de prisioneiros entre as forças envolvidas no conflito.

Um dia após Vladimir Putin ter deixado patente a ameaça do uso de armas nucleares no conflito com a Ucrânia, as reações dos restantes países pautam-se pelas mostras de apoio e pelas intenções de reforço da ajuda militar. No final de uma reunião de emergência que se realizou em Nova Iorque e que contou com a participação dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-membro, Josep Borrell, principal diplomata do bloco, fez saber que a União Europeia vai prosseguir com a ajuda militar ao país invadido e aumentar as sanções à Rússia.

“Foi uma decisão tomada rapidamente nesta reunião de emergência do conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros e que demonstra a determinação da União Europeia [UE] em continuar a ajudar a Ucrânia a enfrentar a agressão russa”, destacou.

Também Liz Truss, primeira-ministra britânica, aproveitou o seu discurso na 77.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas para reforçar o comprometimento do seu país com a luta dos ucranianos. “Neste momento crítico do conflito, prometo que iremos manter ou aumentar o nosso apoio militar à Ucrânia pelo tempo que for necessário. Só vamos ficar descansados quando a Ucrânia triunfar.

De acordo com a representante britânica, o anúncio de Vladimir Putin de mobilizar centenas de milhares de reservistas não passa de de uma forma de “tentar justificar o seu fracasso catastrófico“. Na sequência do discurso de ontem, os russos esgotaram os voos de saída do país para territórios onde não é necessária a posse de visto. Simultaneamente, a Finlândia também fez saber que está a preparar uma “solução nacional“, de forma a limitar ou impedir a passagem de cidadãos russos pelo seu território.

Em setembro, o país nórdico já havia reduzido para um décimo o número de vistos concedidos a russos, como resposta à invasão da Ucrânia, sendo atualmente o único membro da União Europeia com fronteira com a Rússia a permitir a entrada de cidadãos russos com vistos Schengen. Como tal, o Governo finlandês “decidiu preparar uma solução nacional para limitar ou impedir completamente esse trânsito de turistas russos”, admitiu o ministro dos Assuntos Estrangeiros, Pekka Haavisto.

Maior troca de prisioneiros desde o início da guerra

No terreno, as últimas horas ficaram marcadas pela maior troca de prisioneiros entre as forças envolvidas no conflito. De acordo com o chefe de gabinete da Presidência da Ucrânia, Andrii Yermak, foram libertados 205 soldados ucranianos, dos quais 108 do batalhão Azov, 55 militares russos e Viktor Medvefchuk, antigo deputado e aliado de Putin (trocado por 200 soldados ucranianos). As negociações entre os dois países permitiram ainda libertar 10 prisioneiros estrangeiros que estavam sob cativeiro russo, alguns dos quais condenados a pena de morte.

De acordo com o Observador, entre o grupo de soldados libertados constam comandantes e militares que estiveram envolvidos na defesa do complexo Azovstal, mas também mulheres militares grávidas.

O esforço foi confirmado e celebrado por Zelenskyy no seu discurso diário à nação. “Estamos a trazer os nossos cidadãos para casa. Isto é claramente uma vitória para o nosso estado, para toda a nossa sociedade e, mais importante, para as 215 famílias que vão poder ver os seus entes queridos em segurança”.

ZAP //

9 Comments

  1. Incansável este presidente da Ucrânia. Um ucraniano de alma e coração. Um lutador enorme pelo país que ama. Este homem tem que sair vitorioso.

    • Não se esqueça que no fim de nenhum conflito , não há “vitoriosos , vencedores ou ganhadores” , há sim perdas Humanas , Familias enlutadas e Futuros destruídos ! …. são estas calamidades que desvirtuam e pervertem o que de Humano temos desde o inicio da nossa existência !

    • Concordo com quase tudo. Só não concordo que ele seja um lutador enorme. Quando ele aparece na TV ao lado dos outros é pequenino… se não fosse ter aquela cara de mau até dava vontade de fazer festinhas…

  2. Nem tudo que lemos, corresponde ao que efetivamente é!
    Nada sabemos que não seja, o que nos fazem “engolir”!
    Qual será a verdade por trás de tudo isto?
    Se algum dia soubermos será uma verdadeiro achado…

    Quem escreve a historia,são sempre os vencedores, logo ela (a historia) anda sempre enviesada…

    Acredito que sejam todos farinha do mesmo saco, não só eles também os outros que estão na “escuridão”!
    Este atacou, ficou assim na mós de baixo, e o mundo todo com ele… :/

  3. A melhor coisa que podia acontecer ao mundo era uma revolta interna com apoio militar, contra Putin. Até lá, estamos à mercê de um louco no poder de uma das maiores potências bélicas do planeta. Os Russos têm de se revoltar para seu próprio bem. Uma nação inteira está a ser chacinada, vítima de um líder psicopata!

    • Nunca estou de acordo com as posições do Miguel em política interna. Mas aqui estou totalmente alinhado. Mas o que refere não é um processo fácil. É muito difícil depor tiranos.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.