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Apanhados pelas secretas no Whatsapp: grupos radicais ameaçam ações contra a JMJ

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Vatican Media / EPA

Carlos Moedas com o Papa Francisco no Vaticano

Zona de Belém e Mosteiro dos Jerónimos serão os maiores alvos dos protestantes, que planeiam colar-se e despir-se nos locais por onde o Papa passar. Serviços secretos de Itália, França e Espanha detetam ameaças no Whatsapp.

Serviços secretos de Itália, França e Espanha estão em contacto com as autoridades portuguesas para apanhar ambientalistas radicais e movimentos anti-igreja, que se preparam para ações de protesto na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), avança o semanário SOL na sua edição desta sexta-feira.

Com o cadastro de certos elementos sinalizados, as autoridades portuguesas contam com o apoio das secretas das três nações, que estão a entrar em grupos de Whatsapp fechados. Já haverá, inclusive, uma lista de potenciais agitadores.

Terão sido detetados grupos europeus na rede social algumas formas de protesto que estes querem pôr em prática: colarem-se à porta do Mosteiro dos Jerónimos e noutros locais onde o sumo pontífice irá passar e despirem-se em público estão entre as manifestações projetadas pelos fundamentalistas ambientais.

Também na mira das autoridades estão os movimentos anti-igreja, motivados essencialmente pelos escândalos sexuais que envolvem a Igreja Católica na Europa.

Com uma gigantesca cobertura mediática, os ativistas veem a JMJ como a oportunidade perfeita para atrair a atenção do mundo, mas o Sistema de Segurança Interna (SSI) diz estar tudo controlado.

SSI diz estar tudo controlado

Garantindo ao semanário SOL que não há ameaças terroristas, o secretário-Geral do SSI, Paulo Vizeu Pinheiro, fala em “movimentos antissistema violentos” e “ativismo disruptivo”, enquanto confirma a presença de unidades móveis da Europol e da Interpol no evento a decorrer entre 1 e 6 de agosto no Parque Eduardo VII, no coração de Lisboa.

Em cooperação amiga com as três nações vizinhas, Vizeu Pinheiro confirma que “as redes sociais estão a ser acompanhadas, incluindo aquelas que não são abertas”. Garantiu ainda que os voluntários “passam pelo seu filtro” e que nem todos vão poder aproximar-se do Papa.

A zona de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos serão o maior alvo dos protestantes, sendo o Palácio de Belém e a morada do Núncio Apostólico, ponto de encontro entre o Papa e o Presidente da República e o primeiro-ministro, respetivamente, locais a ser vigiados “com muita atenção”, diz outra fonte do SSI ao SOL.

Em tom de ameaça, Vizeu Pinheiro deixou o aviso: “alguém que venha com maus propósitos e pensa que não pode ser parado na fronteira está muito enganado“, disse ao semanário.

“Estamos a olhar para todos eles e temos os sistemas de radares ligados”, garantiu o antigo embaixador de Moscovo, referindo-se ao terrorismo islâmico e ao terrorismo de matriz ideológica extrema.

“Habemos pasta”: tapete de Bordalo com notas de 500

O artista plástico lisboeta Bordalo II invadiu o altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), onde desenrolou o tapete para criticar os custos da “tour da multinacional italiana.”

A poucos dias do arranque da JMJ, o português não podia tornar mais explícita a sua opinião sobre o evento que se aproxima.

O artista plástico invadiu o palco principal da JMJ, onde desenrolou um tapete ilustrado com notas de 500 euros na escadaria para denunciar a “Walk of Shame” (Caminhada da Vergonha), nome que deu à obra de intervenção clandestina que apresentou no final da noite desta quinta-feira, no seu Instagram.

“Num estado laico, num momento em que muitas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana.”

Com estas palavras, o lisboeta complementou a intervenção, terminando com um “trocadilho papal”: “Habemus Pasta”, fazendo referência ao texto lido pelo cardeal protodiácono e decano, “Habemus Papam” (Temos um Papa), dita quando o sumo pontífice é eleito.

 

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Rapidamente a publicação “explodiu” na rede social, contando já com o apoio de 105 mil “gostos” e quase quatro mil comentários, inclusive as palavras amigas de Rita Pereira, Jorge Corrula, Rui Maria Pêgo, Diogo Faro, Hugo Vau ou Mike El Nite.

De nome verdadeiro Artur Bordalo, o artista de 36 anos tem vindo a ganhar reconhecimento internacional pela sua arte urbana distinta que combina a pintura e a escultura. A sua obra é normalmente marcada pela criação de esculturas de grandes dimensões, elaboradas a partir de desperdícios e resíduos reciclados. Grande parte das vezes, têm o objetivo de chamar a atenção para a problemática da poluição ambiental e para a sociedade de consumo excessivo.

Além de Lisboa, o trabalho de Bordalo II tem sido exibido em cidades de todo o mundo, incluindo Dublin, Tallinn e Las Vegas.

“Um retorno absolutamente extraordinário”

Os custos associados à JMJ, a decorrer entre 1 e 6 de agosto no Parque Eduardo VII, no coração de Lisboa, têm sido alvo de críticas desde o anúncio do evento.

O presidente da Câmara de Lisboa assegura que o investimento municipal no evento se mantém dentro do limite de 35 milhões de euros – dos quais 25 milhões são investimento na cidade e 10 milhões no evento.

Procurando fazer contas ao retorno económico, o autarca de Lisboa indicou que, se um milhão de jovens participar na JMJ, estiver na cidade sete ou oito dias e gastar 40 ou 50 euros por dia, resultará numa “quantia de 200 a 300 euros, no mínimo, que cada pessoa destas traz para Lisboa, multiplicado por um milhão, são 200, 300 ou 400 milhões” de euros.

Sobre o impacto da JMJ no aumento da procura turística, que pode ter consequências no acesso à habitação, o autarca defendeu que “o turismo é importante para cidade, mas não é o turismo que está a retirar casas às pessoas”.

“O turismo dá trabalho às pessoas, cria empregos. Depois, há pessoas que vêm do estrangeiro, que se instalam em Portugal e que podem pagar preços de imobiliário mais altos e que podem fazer subir os preços, isso é outro tema…”, atirou.

ZAP //

12 Comments

  1. «…O artista plástico lisboeta Bordalo II invadiu o altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)…» – Por favor, deixem-se desse tipo de encenações.

  2. também sou contra as JMJ serem pagas pelo erario Publico , eu e muitos como eu que não somos crentes e nem acreditamos nas balelas da Igreja porque Raio tem o nosso dinheiro de pagar as Mordomias de uma casa que tem Milhões? Porque não pagam os Católicos e a Igreja estas Mordomias? Mesmo Milhares de Católicos mas não praticantes meus amigos já disseram que têm vergonha desta igreja, são católicos mas repudiam estas ações que acusam de ser uma vergonha para um Pais Pobre como o nosso.Eu Gosto de Motas e vou as concentrações que também atraem muito turismo mas as mesmas são pagas com o dinheiro de quem as frequenta , assim como os concertos e ainda por cima a Igreja não passa faturas nem paga impostos , ou seja só têm direitos e não deveres , ISTO É UMA VERGONHA para aqueles que mal têm dinheiro para viver.
    Não sou contra as JMJ mas sim como são Pagas

  3. Artur Bordalo II desde quando Portugal é um país laico? Que hajam portugueses que não sejam católicos, tudo bem, mas a grande maioria é católica, basta ver as festas em cada terrinha não de haver uma procissão. Com isto das notas queres é ser conhecido, mas se estás à espera que os portugueses te comprem alguma obra, podes esperar sentado.

  4. Se vier o líder de outra religião a Portugal, o Estado vai agir da mesma forma?
    Existe muita impunidade e os políticos fazem o que bem entendem.
    As religiões são livres de organizarem o que bem entenderem, mas os Estado tem a obrigação de permanecer separado.
    Nós temos a nossa Constituição e os políticos não querem saber!
    O povo paga e não bufa.
    Onde está o Ministério Publico para repor a legalidade?
    Artigo 41.º da C.R.P.
    4. As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.

  5. Ó Marco, a quantidade de porcarias que tenho de pagar e não uso. Também ando de moto e tenho de pagar as festas todas inerentes a elas! Não pratico religião nenhuma mas não me choca que o estado participe nestas JMJ, tanto mais que é sabido que o estado vai abichar o triplo do que vai gastar. Quer se queira, quer não, isto vai ser um grande negócio para o estado/governo. O nosso amigo Kosta não dá ponto sem nó !

  6. é pena terem feito monumentos em Portugal com o erario publico como Pontes ferrovias ,monumentos ,autoestradas ,lares porque se fazem estas coisas é para alguns devia-se ter gasto esse dinheiro em quem nao faz nada na vida e vive á custa do dinheiro dos outros deviamos de pensar em deixar de trabalhar para podermos viver melhor em buracos feito por nós ,deixar de pensar no turismo que tanto dinheiro dá e emprego a muita gente ,mas nem se lembram quanto se gasta em promoção de Portugal todos os anos (mais de 100 milhões) e nem se pensa que este investimento vai duplicar o que se gastou e quintiplicar no futuro

  7. Ó amigo…100 milhões de euros gastos na promoção do turismo?!?!?? E acha isso muito?!?? Sabe quanto foram as receitas do turismo em 2022?!?? Mais de 22 MIL MILHÕES DE EUROS!????? E pensar antes de escrever?!?

  8. Todos os protestos e ações de contestação pacificas são muito bem vindas e saudáveis numa sociedade democrática.
    Todos têm o direito (e o dever) de expressarem publicamente a sua opinião, desde quando é que alguém se despir em público pode ser considerado uma ameaça? Será que vão perturbar e desestabilizar o clero?

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