António Costa tem um “salário manifestamente baixo” (e quem se queixa é do PSD)

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Rodrigo Antunes / Lusa

O primeiro-ministro António Costa

O salário do primeiro-ministro António Costa é “manifestamente baixo”. Quem o diz é o empresário Luís Menezes do Conselho Nacional do PSD.

O ex-vice-presidente da bancada parlamentar do PSD no tempo de Passos Coelho considera que o primeiro-ministro de Portugal “ganha um salário altamente desproporcional para o que está a gerir”.

Uma declaração feita em entrevista ao Jornal de Negócios, onde salienta que Costa recebe “um salário manifestamente baixo para alguém que gere milhares de milhões de todos os portugueses”.

António Costa ganha 5400 euros por mês como primeiro-ministro de Portugal.

Luís Menezes realça que toda a classe política, em Portugal, é mal paga, notando que isso acaba por afastar as pessoas desta área. Ele próprio deixou de participar na vida política activa e assume que tem “saudades”.

Mas também nota que a vida política não é fácil. Além de “questões salariais”, também é preciso garantir que “a classe política seja mais bem tratada“, sustenta.

Europeias são “o primeiro grande teste” de Montenegro

O ex-vice-presidente do grupo parlamentar do PSD também fala do momento actual do seu partido e, especificamente, sobre a liderança de Luís Montenegro.

Apesar de admitir “alguns percalços” e “momentos menos bons”, Luís Menezes considera que Montenegro “vai ganhando conhecimento por parte dos portugueses de como é que ele pensa e como é que ele age, das propostas do partido”.

“Neste primeiro ano, o PSD tentou sair um bocado da bolha em que vivia anteriormente e o líder tem andado na rua e tem apresentado propostas concretas”, analisa ainda.

“O PSD estava muito virado para dentro e Luís Montenegro refrescou a equipa. Se olharmos para a comissão política, tem qualidade, juventude, experiência”, acrescenta, confessando que se revê “muito na forma de estar” do presidente do PSD.

Luís Menezes trabalhou “proximamente com Luís Montenegro” quando foi vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, como nota o empresário, e quando foram colegas no Parlamento.

“Ele preparou-se para ser presidente do PSD e apanhou o partido com a maior derrota eleitoral da história“, aponta, frisando que quando Montenegro pegou no leme, o partido “estava bastante fragmentado”.

O elemento do Conselho Nacional do PSD também assume que “é difícil, nestas circunstâncias, fazer oposição” quando o PSD “não tem o líder no Parlamento”, “está a combater o Governo de maioria absoluta” e “tem à sua direita dois partidos que obtiveram quase 15% dos votos”.

No horizonte, há as eleições europeias e Luís Menezes refere ao Negócios que se o PSD as perder, “fica numa posição difícil”. Será “o primeiro grande teste da presidência de Luís Montenegro à frente do PSD” depois da “vitória nas eleições regionais” da Madeira, constata também.

Conseguir um bom resultado nas europeias, será um excelente impulso para o PSD “preparar umas autárquicas vitoriosas em 2025 e umas eleições [legislativas] que, se o Governo for até ao fim, só serão em 2026”, conclui Luís Menezes.

Susana Valente, ZAP //

9 Comments

  1. Em França e, presumivelmente, nos países efectivamente liberais da UE, os ganhos anuais (brutos) dos membros dos governos são públicos! E obviamente não são os chamados «salárjos-base» revelados pelos governos portugueses que no-los dizem… para não falar, é claro, dos dinheiros recebidos eventualmente «por fora» e /ou não-declarados! Tendo Portugal a «bizarria» de declarar os salários referindo-se ao chamado salário mensal (umas vezes bruto mas geralmente líquido, isto é, pré-declaração anual), nunca saberemos quanto é que essa gente dos governos ganha efectivamente: nunca menos de cem mil euros por ano… Se não, mostrem as declarações anuais!

  2. Esta gente não tem vergonha nenhuma. Acham que ganham pouco e produzem muito.
    O que me faz rir ( para não chorar ) é quando eles se elogiam muito uns aos outros e dizer o quanto deram ao país… seria curioso saber o quanto ( em dinheiro ) o país lhes deu a eles.

    Não é o presidente do banco de portugal que ganha mais do que o presidente do banco dos Estados Unidos ?
    Façam o mesmo com os politicos… se há quem mereça são eles.
    É graças a eles que vivemos num país rico.

  3. O problema não é quanto ganham em salário!!! até podia ser mais….eu enquanto contribuinte não me chateava nada!! o que me chateia é o dinheiro que depois ficam a ganhar para o resto da vida, sem fazer o tempo normal de reforma, conforme é para todos!! em Inglaterra a reforma máxima que recebem todos é de cerca de 200 libras/semana e era assim que devia ser, porque percentualmente os descontos são e foram todos iguais….logo porque é que na reforma existem tantas diferenças em Portugal? Se ganhei nominalmente mais durante o tempo de trabalho; concerteza que farei uma gestão e investimentos diferentes que outros não o poderão fazer porque ganham nominalmente menos…. mas essas diferenças são comprensíveis agora não podem haver reformas exageradíssimas e ridículas que são dadas e muitas das vezes a pessoas que não foram responsabilizadas da quantidade de irresponsabilidades que tiveram enquanto gestores, lideres partidários, banqueiros, etc….

  4. Alguém disse um dia “não te preocupes com o que eles ganham no governo, preocupa-te para onde eles vão quando deixam os lugares políticos”
    Vão receber pelos favores que prestaram enquanto governantes.

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