Calor: morreram 264 pessoas a mais em Portugal na última semana

Hugo Delgado / Lusa

Portugal continental registou 264 mortes em excesso no período de alerta de calor, iniciado há uma semana. Foi mais 21,2% do que o previsto, sobretudo nos maiores de 75 anos e na região Norte – revelam dados da DGS.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou, esta sexta-feira, para a mortalidade associada ao tempo quente.

Portugal registou 264 mortes em excesso, na última semana, devido ao calor.

“Na sequência do alerta de período de tempo quente que teve início a 25 de julho de 2025, foi detetado um excesso de mortalidade, observando-se 264 óbitos em excesso em Portugal Continental”, referiu a Direção-Geral da Saúde, esta sexta-feira, em comunicado.

Conforme estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), estes números correspondem “a um excesso relativo” de mais 21,2% face ao esperado, entre 26 e 30 de julho de 2025, sobretudo no grupo etário com 75 ou mais anos de idade e na região Norte do país.

Temperaturas continuam a subir

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), está prevista uma subida acentuada das temperaturas em todo o território continental nos próximos dias, com valores que deverão atingir ou superar os 40°C em várias regiões de Portugal Continental, sobretudo no fim de semana.

À data de hoje, o índice ÍCARO para Portugal Continental – calculado pelo INSA e que estima o impacto das temperaturas do ar na mortalidade – antecipa um efeito muito significativo da temperatura na mortalidade durante o período de tempo quente, em particular nas regiões Norte, Centro e Alentejo.

A DGS alerta que “as temperaturas muito elevadas do ar, como as que se têm verificado nos últimos dias (máximas e mínimas), têm um impacto negativo na saúde, como consequência de desidratação ou de descompensação de doenças crónicas, entre outros fatores, especialmente entre os mais idosos”.

Salienta que elevadas temperaturas do ar estão, geralmente, associadas a períodos de mortalidade mais elevada do que o esperado para a altura do ano (excesso de mortalidade).

A DGS refere que tem intensificado, nos últimos dias, a comunicação com a população através de diversos meios e plataformas, com o objetivo de esclarecer e sensibilizar para as recomendações a adotar em períodos de temperaturas extremas.

“Não obstante todos os esforços de mitigação do impacto do calor na saúde, é esperado um período de excesso de mortalidade nos grupos etários mais velhos”, salienta.

A autoridade de saúde reforça a importância de que toda a população, e em especial os grupos mais vulneráveis – como pessoas com doenças crónicas, pessoas idosas, crianças, grávidas, indivíduos que exercem atividades profissionais ao ar livre, pessoas em situação de sem-abrigo ou em isolamento social – adote as recomendações da DGS, disponíveis no seu site.

ZAP // Lusa

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