O que é o “efeito batom”, a teoria económica que pode explicar a febre pelas Labubus

A teoria do batom defende que, em tempos de incerteza económica e recessão, os consumidores preferem comprar pequenos luxos do que fazer grandes compras caras.

As Labubus estão por toda parte — miniaturas, acessórios e até livros de colorir da personagem da Pop Mart podem ser encontrados por aí. O que provavelmente não sabia é que o colecionável chegou até mesmo na economia. É o efeito batom, cunhado em 1998 pela economista Juliet Schor, que descreve momentos de recessão a partir da compra de pequenos luxos.

Segundo a hipótese, quando a economia não vai bem, consumidores deixam de fazer compras caras, como viagens internacionais ou carros e casas, e passam a gastar o pouco dinheiro que têm com pequenos prazeres, não muito caros. Isso foi identificado pela primeira vez no aumento de vendas de batons de luxo, o que originou o nome — mas a teoria pode também ser aplicada às Labubus.

Efeito batom e a Labubu

Muito já foi teorizado para tentar explicar a febre das Labubus, com psicólogos sugerindo uma “infantilização” das modas adultas ou o apelo do “feio, mas bonito”, bem como a nostalgia do colecionável e o aspeto desconhecido do blind box. O efeito batom busca uma razão económica mais profunda.

Os peluches da Pop Mart custam entre 20 e 40 euros nas edições mais tradicionais, um preço acessível comparado a acessórios de designers de luxo, aparelhos tecnológicos do último modelo ou carros desportivos. Outros economistas estudaram o efeito batom e viram uma correlação entre a compra de pequenos prazeres e a sensação de controlo e autoestima por parte dos consumidores. Além disso, a compra dos peluches também é uma maneira do comprador mostrar que está a participar da cultura do momento, um símbolo de pertencimento.

Há quem afirme que, então, a viralização das Labubus e outros produtos como Bobbie Goods e Sonny Angels seja um acontecimento profético, um indicador de que a recessão vem aí, mas a relação entre os factos é, provavelmente, o inverso: a incerteza económica é que leva à viralização de tais produtos.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.