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“Não abdico de dar uso à minha cabeça”. Ana Gomes responde ao PS

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European Committee of the Regions / Flickr

Ana Gomes, ex-eurodeputada do Partido Socialista

A antiga eurodeputada do PS respondeu, esta sexta-feira, ao presidente do partido, considerando que não é um “apparatchick” e que não abdica de dar uso à sua cabeça.

A ex-eurodeputada socialista, Ana Gomes, respondeu esta sexta-feira ao presidente do seu partido, Carlos César, que ontem se distanciou das suas declarações a propósito da transferência de João Félix para o Atlético de Madrid, dizendo que as opiniões “refletem apenas uma posição pessoal“.

Em causa está a carta enviada pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que pedia que o partido tomasse uma posição pública sobre o comentário da ex-eurodeputada, que questionou se a transferência do jovem jogador para Espanha não se trataria de um “negócio de lavandaria”.

Através da sua conta no Twitter, Ana Gomes escreveu: “Agradeço ao presidente Carlos César o afã de esclarecer o óbvio: não represento o PS e o que digo e escrevo só me vincula. Sendo socialista, e não apparatchick, não abdico de dar uso à minha cabeça… Já César, usa o que pode face a Vieira: a César, o que é de César. E viva o Partido Socialista”.

De acordo com o Observador, a antiga eurodeputada usou o termo que caracterizava os profissionais zelosos do aparelho comunista soviético, e que respondiam a ordens superiores, para lembrar que pensa pela sua cabeça e é independente apesar da militância política.

Já a expressão “usa o que pode face a Vieira” parece sugerir, de acordo com o jornal online, algum condicionamento das posições oficiais do PS face ao presidente dos encarnados.

No início deste mês, o clube anunciou que vai avançar com um processo contra a socialista, uma vez que “a declaração em causa não configura um caso de mero exercício da liberdade de expressão” mas que, pelo contrário, “tem o exclusivo propósito de denegrir o nome do Benfica e dos membros dos seus órgãos sociais”.

A ex-eurodeputada tem saído em defesa do hacker Rui Pinto, em prisão preventiva desde março, e apelou à investigação das transferências no futebol português, tendo enviado a várias entidades nacionais e europeias documentação do Football Leaks que “exemplifica esquemas de triangulação e de bridge transfer”.

ZAP //

3 Comments

  1. Se todos os políticos mais os que são deputados pensassem pelas suas cabeças e não andassem há voz dos donos dos partidos o País não tinha chegado ao ponto que chegou, já houve tempo em que os deputados quando votavam contra as suas consciências faziam a declaração de voto onde diziam porque tinha votado contra as suas consciências mas votado pela ordem dos chefes dos partidos, agora parece que os eleitores não votam em pessoas mas em carneiradas.

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