Ana Gomes apelou à investigação das transferências no futebol português. Ainda como deputada europeia, enviou a várias entidades documentação do Football Leaks que “exemplifica esquemas de triangulação”.
A deputada socialista enviou, esta terça-feira documentos do Football Leaks a várias entidades nacionais e europeias que, segundo o Público, “exemplificam esquemas de triangulação e de bridge transfer engendrados para aqueles propósitos e utilizados por clubes portugueses”.
A eurodeputada usa mesmo o caso mais recente de João Félix, que se transferiu oficialmente para o Atlético de Madrid por uma verba de 126 milhões de euros. “Não será negócio de lavandaria?“, questionou. O jogador de 19 anos fez apenas uma época a titular ao serviço da equipa principal do SL Benfica.
A carta enviada às entidades apela à investigação às transferências dos clubes portugueses por eventuais crimes “de fraude e evasão fiscal e branqueamento de capitais”. Ana Gomes diz que algumas destas transferências envolvem “somas faraónicas” e que a documentação do Football Leaks mostra que há exemplos de esquemas fraudulentos neste mercado.
“A carta que ontem enviei às autoridades portuguesas, remetendo a enviada a instâncias europeias, alertando para riscos de evasão fiscal e branqueamento em contratos “bridge transfer” entre clubes de futebol. Não podem pretender não saber“, alertou Ana Gomes num tweet publicado ontem.
Além das entidades a que a eurodeputada enviou a carta, também a procuradora-geral da República, Lucília Gago, o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, a ministra da Justiça, Francisca van Dunem, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a presidente do conselho de administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Gabriela Figueiredo Dias, e o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, foram destinatários.