Ana Gomes, antiga deputada ao Parlamento Europeu, acusou esta segunda-feira a empresária Isabel dos Santos de “lavar que se farta” e o Banco de Portugal de fechar os olhos às falhas dos bancos na prevenção do branqueamento de capitais.
O comentário da socialista surgiu em reação à entrevista concedida pela empresária angolana à Lusa, na qual Isabel dos Santos, a propósito das suspeitas sobre a origem do seu dinheiro, diz que há uma narrativa contra si e que se tem endividado, para poder investir. “Tenho muitas dívidas, tenho muito financiamento por pagar, as taxas de juros são elevadas, nem sempre é fácil também ter essa sustentabilidade do negócio, para conseguir enfrentar toda a parte financeira dos negócios”, justificou a empresária, citada pelo semanário Expresso.
Na sua conta do Twitter, Ana Gomes respondeu que “Isabel dos Santos endivida-se muito porque, ao liquidar as dívidas, “lava” que se farta”. O Banco de Portugal é também visado no comentário da antiga eurodeputada, por “não querer ver” as violações que os bancos fazem às regras de prevenção de branqueamento de capitais.
Num outro comentário, Ana Gomes especifica o Eurobic como o canal através do qual Isabel dos Santos fará circular o dinheiro para dar-lhe uma aparência de legalidade.
Teixeira dos Santos com processo por difamação
Teixeira dos Santos, presidente do EuroBic, desafiou a socialista a provar as afirmações. Caso contrário, de acordo com o jornal ECO, pondera avançar com um processo por difamação contra Ana Gomes, embora não explicite se o banco está mesmo a considerar fazê-lo neste momento.
Teixeira dos Santos que fez questão de deixar claro que fala na qualidade do presidente do banco: “Não sou porta-voz de ninguém, falo na qualidade de presidente do Eurobic“.
Não seria a primeira vez que afirmações polémicas de Ana Gomes dariam origem a processos contra si em tribunal. Recentemente, a antiga diplomata também abordou a transferência milionária de João Félix do Benfica para o Atlético de Madrid por 126 milhões de euros, questionando a legalidade da operação.
Os encarnados consideraram que Ana Gomes teve o “propósito de denegrir o nome do Benfica e dos membros dos seus órgãos sociais” e, nesse sentido, solicitaram “a apreciação desta questão pelos órgãos constitucionalmente competentes para o efeito, os tribunais, o que fará pela instauração de um processo através dos seus advogados”. Isto aconteceu no passado dia 5 de julho e Ana Gomes disse que estava “sentadinha à espera” que a processassem.
É como o Fairy
Lava dimheiro que se farta. Esta correta na sua afirmação.