O alojamento local, as lavandarias self-service e o comércio de carros importados são apontados pelo fisco como “sectores de risco elevado” no Relatório de Atividades Desenvolvidas de “Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras”.
“O Alojamento Local (AL) tem registado um acentuado crescimento nos últimos anos, fruto da alteração das preferências dos consumidores”, indica o relatório de 2018 que foi entregue no Parlamento, acrescentando que, nesta sequência, a Inspeção Tributária e Aduaneira (ITA) tem “realizado um acompanhamento do sector através da monitorização dos comportamentos desviantes e de ações externas junto dos operadores”.
Este acompanhamento será para manter, uma vez que o documento indica que “a continuidade deste tipo de ações e a monitorização efetuada neste sector tem como objetivo sensibilizar os sujeitos passivos para o risco de exposição em caso de não cumprimento e, em simultâneo, garantir uma leal concorrência entre os operadores”.
Relativamente às lavandarias self-service, também incluídas nos “sectores de risco elevado”, a AT indica no relatório que sinalizou o sector “como estando exposto a um risco elevado de omissão de proveitos”, tendo em conta o seu elevado crescimento, o facto de os clientes serem maioritariamente particulares e a prestação de serviços e respetivos pagamentos se processarem através de mecanismos automáticos, “sem presença física de funcionários, facto que desencoraja o pedido de emissão de faturas”.
Neste sentido, segundo o relatório, foi efetuado um levantamento dos operadores no sector das lavandarias self-service com o objetivo de despistar situações de violação do dever de emissão de fatura pelas prestações de serviço praticadas. Também o comércio de veículos automóveis é incluído pelo fisco no pacote de “sectores de risco elevado”.
O relatório indica que, “tendo em conta o risco da utilização abusiva do regime da margem nas operações que envolvem aquisições de viaturas a outros Estados-membros, procedeu-se à continuação da monitorização do sector do comércio de veículos automóveis usados com o objetivo de identificar os novos modus operandi utilizados por estes operadores”.
O documento refere também que foi feito um levantamento dos “sujeitos passivos registados em Portugal a efetuar importações pelo regime 42, ou seja, em que se verifica a suspensão da liquidação do IVA em virtude das mercadorias se destinarem a um outro Estado membro”, com o objetivo de avaliar a idoneidade dos destinatários finais e “despistar a introdução fraudulenta em Portugal das mercadorias importadas”.
Também o sector do desporto, com destaque para o futebol profissional, mereceu a atenção da AT em 2018, apesar de esta não incluir o sector no pacote das áreas de risco elevado. “Durante o ano de 2018, continuou a acompanhar-se o sector do desporto, refletindo a preocupação por parte da AT, nomeadamente no que respeita ao futebol profissional, dados os valores envolvidos nas transações de jogadores, respetivas comissões de intermediação e direitos de imagem”, indica o relatório.
E o documento adianta que a ITA investigou os negócios relacionados com este sector, nos anos de 2015 e 2016, “tendo instaurado processos de investigação administrativa a clubes, jogadores e agentes, com vista a analisar as relações entre os mesmos”.
// Lusa