O material que foi furtado do quartel de Tancos, Santarém, em 2017, ainda não foi todo recuperado, noticia este sábado o semanário Expresso, que refere que ao contrário do que tinha sido veiculado pelo Exército, ainda há granadas e explosivos por devolver.
Segundo revela o Expresso, para poder manter sob escuta seis suspeitos do assalto a Tancos, os procuradores encarregados do caso revelaram que, ao contrário do que tinha sido veiculado pelo Exército e pelo Ministério da Defesa, ainda há granadas e explosivos que não foram devolvidos.
De acordo com o semanário, os procuradores do Ministério Público salientam, num recurso apresentado para poder manter suspeitos sob escuta, que o material desaparecido inclui 1.450 munições de 9 mm, 30 cargas de explosivos, três granadas ofensivas, duas granadas de gás lacrimogéneo e um disparador de descompressão.
O jornal salienta que o Ministério Público considera que “a segurança nacional está em perigo enquanto os assaltantes não forem capturados”.
O furto de material militar dos Paióis Nacionais de Tancos, instalação entretanto desativada, foi detetado a 28 de junho, por um sargento e um praça ao serviço do Regimento de Engenharia 1, durante uma ronda móvel. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.
A 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado.
“Está em causa segurança nacional”
O PSD exigiu esclarecimentos urgentes sobre a existência de material militar furtado de Tancos ainda por localizar e promete confrontar, na terça-feira, o ministro da Defesa com este assunto.
Numa nota na sua página na rede social Facebook, o líder parlamentar Fernando Negrão considera “inacreditável” que ainda existam armas e explosivos por encontrar do material militar furtado há um ano do quartel de Tancos.
“Está em causa a segurança nacional. O roubo aconteceu em instalações das Forças Armadas, a investigação foi feita pela Polícia Judiciária Militar e o resultado é a total falta de transparência”, criticou Fernando Negrão.
O líder parlamentar do PSD, que na sexta-feira no debate do Estado da Nação já tinha dito que o Governo “não está interessado em apurar a verdade sobre este caso”, acusa ainda o executivo de “não cuidar das funções de soberania” nem da segurança dos portugueses, exigindo “urgentes esclarecimentos”.
Numa nota enviada à Lusa, o deputado do PSD Pedro Roque, coordenador da bancada social-democrata na Comissão parlamentar de Defesa, assegura que o partido irá confrontar o ministro Azeredo Lopes com esta matéria na audição parlamentar marcada para terça-feira.
“Embora a audição seja sobre a cimeira da NATO a gravidade do noticiado, a ser verdade, é de uma gravidade extrema. O que foi dito aos portugueses, pelo Exército e pelo Governo, foi que todo o material furtado tinha sido recuperado e ainda, estranhamente, acrescido de uma caixa de petardos não inventariada”, acrescenta.
Pedro Roque salientou tratar-se de “material de guerra letal que, em mãos erradas, pode ser usado em atentados terroristas”. “Consequentemente, o tratamento deste assunto pelos responsáveis políticos e operacionais deve ser rigoroso e transparente”, defende.
Presidente quer “esclarecimento cabal”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmou este sábado “a exigência de esclarecimento cabal” do ocorrido com o desaparecimento de armamento em Tancos, há um ano, e manifestou “preocupação”.
Numa nota publicada esta noite na página oficial da Presidência da República, , Marcelo Rebelo de Sousa diz que reafirma essa exigência de esclarecimento “de modo ainda mais incisivo e preocupado”.
Marcelo Rebelo de Sousa, que por inerência é o Chefe Supremo das Forças Armadas, diz na nota ter a certeza “de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos portugueses, dos resultados dessa investigação”.
“Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização”, conclui o Presidente da República.
A 1 de março passado, o Presidente da República defendeu uma investigação “mais longe e a fundo” aos casos que envolveram as Forças Armadas nos últimos tempos, como o do desaparecimento de armamento do paiol de Tancos.
ZAP // Lusa
Mas que parvoíce essas granadas nunca mais vão aparecer, seguramente foram usadas para rebentamentos em algumas barragens para a pesca. Qualquer palerma sabe que muito militares fazem isso para apanhar grandes quantidades de peixe e com castelo de bode e o tejo ali tão perto….
No limite não houve roubo nenhum…!
O senhor Presidente terá que pedir explicações ao senhor ministro da defesa mais aos chefes militares a começar pelo comandante da base mas pelos vistos toda esta gente deveriam andar ocupados com outras coisas, ainda vão culpar algum básico lá da base que faria limpeza à parada e assim ficará esclarecido de uma vez por todas a origem do roubo.
Isto é tudo de uma anormalidade total. Enfim este desgoverno que nos tem desgovernado já só engana os incautos e os diminuídos mentais. Vejam o belo exemplo das limpezas de matas. Andem pelo país e vejam a vergonha de tudo isto. TUDO POR LIMPAR! E quanto aos desgraçados que perderam as suas casas: QUE SE F%&/%#, CONTINUA TUDO NA MESMA. Criminosos!