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Acordo Ortográfico é “manifestamente inconstitucional” e nem sequer está em vigor

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O Acordo Ortográfico de 1990 está envolto em polémica desde que começou a ser utilizado – e Carlos Fernandes, autor do livro “O Acordo Ortográfico de 1990 não está em vigor”, defende que o diploma é inconstitucional.

Durante a visita de Estado a Moçambique, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à RTP África, admitiu repensar o Acordo Ortográfico de 1990.

O chefe de Estado português revelou que, a título particular, não segue o novo acordo, ao contrário do que é exigido nos documentos oficiais. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que se Moçambique e Angola rejeitarem o novo acordo, será “uma oportunidade para repensar essa matéria”.

O embaixador Carlos Fernandes, autor do livro “O Acordo Ortográfico de 1990 Não Está em Vigor” (Guerra & Paz), é um acérrimo defensor da abolição do acordo.

Em declarações ao JPN, afirma que esta “não é uma questão de opinião, mas sim um problema jurídico” e que o processo ficou pela fase da ratificação, o que não chega para pôr um acordo em vigor.

Segundo o embaixador, o acordo “nunca reuniu unanimidade dos países e, portanto, nunca esteve em condições, nem está, de poder entrar em vigor, porque Angola e Moçambique não o ratificaram.

Em Portugal, para esse acordo poder entrar em vigor, tinha de continuar o processo que parou na ratificação, em 1991, e não se chegou a fazer referendo, não se chegou a publicar o aviso no Ministério dos Negócios Estrangeiros e não se chegou a publicar um decreto a seguir a isso.”

O Professor de Direito Internacional assegura que a “aplicação do acordo está a ser feita de uma forma manifestamente inconstitucional” porque apoia-se na Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, de 25 de janeiro e “qualquer ato que a administração pratique tem que ter o apoio numa lei ou num decreto-lei, nunca se pode legislar por uma resolução”.

O Embaixador assevera ainda que “o novo Acordo Ortográfico é uma estupidez crassa que desfigura completamente a língua portuguesa.”

Apesar de todos os países terem o direito à evolução da sua língua, de acordo com Carlos Fernandes, o Governo português está proibido, por força do Artigo 43 da Constituição, de orientar a cultura e a educação “segundo directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.”

Por fim, o autor acredita que, apesar de o Presidente da República não legislar sozinho e não ter poderes executivos, o facto de ponderar repensar o Acordo Ortográfico é já um avanço para a discussão da matéria.

JPN

12 Comments

  1. É lamentável que a ideia parva de algum político nos quis por a falar mais ou menos brasileiro. Esse ou esses palhaços devem acabar de vez. Precisamos sim é de um ensino correcto do nosso Português.

  2. Foi a maior asneira que fizeram ao tentarem fazer um acordo não tendo em conta a língua mãe de onde derivaram as línguas latinas! Ficou um remendo de tal modo confuso que os falantes mais novos não sabem como escrever! Nós que sempre nos orgulhámos da Língua de Camões, não aceitámos e não escrevemos com base neste acordo! E, ainda bem, pois pelos vistos foi um acordo sem base jurídica! Que o Chefe da Nação consiga anular tamanha asneira!

  3. Uma aberração autêntica, admitia-se uma ou outra modificação que fosse bem justificada mas uma alteração deste nível e para pior é um facto completamente incrível e uma prova de submissão por parte de Portugal que como país mãe da língua só lhe compete defender. e não ir atrás de dialectos de tribos ou sanzalas correndo o risco de não haver língua possível.

  4. A.B.E.R.R.A.Ç.Ã.O já agora ponham a Dilma como nossa presidente.
    O político que inventou esta treta devia de ter diarreia cerebral.
    Qualquer dia os inúmeros impressos que temos que preencher para qualquer assunto que possamos tratar, se não estiverem preenchidos com o novo acordo ortográfico não são aceites. Esperem para ver.

  5. O citado como Acordo Ortográfico é uma verdadeira aberração que só nos envergonha. Não pode nem deve ser oficializado sem pelo menos ser referendado. A língua portuguesa é um património dos portugueses, faz parte da nossa identidade, pelo que não pode ser vandalizado por uma meia dúzia de iluminados que nos querem a escrever ato, primeira pessoa do indicativo presente do verbo atar, quando nos queremos referir a uma parte de uma peça teatral, de ópera, ou a uma acção ou cerimónia pública. Também é absurdo qualificar-se de “espetador” a alguém que assiste a qualquer acontecimento, seja como observador ou testemunha. E há muitas mais aberrações. O Português é a língua mãe que se fala, com mais ou menos algumas particularidades, em todos os países lusófonos. Se os brasileiros entendem que devem ter um Português à sua medida, por terem talvez mais alguma influência política ou económica no mundo, pois que a tenham. Nós, pela nossa própria identidade cultural, pela nossa própria dignidade, não devemos permitir que a nossa língua seja de qualquer forma conspurcada, como está a ser. Lamento bastante que certos escritores estejam, embora muito lentam,ente, a aderir ao novo AO. Há que travar a situação o mais rápido possível, aniquilando de vez o espírito e a aplicação do novo Acordo.

  6. O citado como Acordo Ortográfico é uma verdadeira aberração que só nos envergonha. Não pode nem deve ser oficializado sem pelo menos ser referendado. A língua portuguesa é um património dos portugueses, faz parte da nossa identidade, pelo que não pode ser vandalizado por uma meia dúzia de iluminados que nos quer pôr a escrever ato, primeira pessoa do indicativo presente do verbo atar, quando nos queremos referir a uma parte de uma peça teatral, de ópera, ou a uma acção ou cerimónia pública. Também é absurdo qualificar-se de “espetador” a alguém que assiste a qualquer acontecimento, seja como observador ou testemunha. E há muitas mais aberrações. O Português é a língua mãe que se fala, com mais ou menos algumas particularidades, em todos os países lusófonos. Se os brasileiros entendem que devem ter um Português à sua medida, por terem talvez mais alguma influência política ou económica no mundo, pois que a tenham. Nós, pela nossa própria identidade cultural, pela nossa própria dignidade, não devemos permitir que a nossa língua seja de qualquer forma conspurcada, como está a ser. Lamento bastante que certos escritores estejam, embora muito lentam,ente, a aderir ao novo AO. Há que travar a situação o mais rápido possível, aniquilando de vez o espírito e a aplicação do novo Acordo.

  7. Caro sr. Professor Doutor Carlos Fernandes: parece que perdeu um aliado, pois o sr. Professor Comentador recuou! Não se perde nada pois, “por morrer uma andorinha não acaba a primavera”. E dele, parece-me, não se poderá esperar muito, nestas e noutras matérias.
    O sr. Professor e outros intelectuais do nosso país – e veja-se neste bloco de noticias os passos dados por Sousa Tavares e Manuel Alegre – são os responsáveis pelo adormecimento da opinião pública, do deixa andar, do negócio das editoras e livreiros, muito especialmente os que têm o quase monopólio dos manuais escolares…
    Os senhores têm medo de vir a público, de participar em colóquios, de “forçar” o aparecimento em jornais e televisões, de formar a opinião da gente no sentido de mobilizar e esclarecer: quando o fazem é pela calada como os dois escritores citados anteriormente ou, então, pela edição de um livro que poucos lerão.
    Isto tem que ser debatido na rua e levado à Assembleia da República.
    A língua-pátria merece!
    De qualquer forma, fico muito contente pela posição de V. Exª. Obrigado!

  8. morte ao (des)acordo e aquem o apoiar como e de onde surgiu o iluminado cérebro (talvez vazio) que deu origem a tudo isto e mais nas escolas os alunos que tiveram que se adaptar ao assassinato da lingua portuguesa se não escrevessem com o novo método eram penalizados na nota , sinceramente mas que grande aberração este novo dito cujo .Referendo ao povo que a resposta ja esta dada NAO NAO NAO acabar com o quero posso e mando para bem da LINGUA PORTUGUESA

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