A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou em comunicado que o desastre do avião malaio, abatido por um míssil sobre o leste da Ucrânia, pode ser considerado “um crime de guerra”.
“Esta violação da lei internacional, dadas as circunstâncias, pode ser considerada um crime de guerra“, afirmou Pillay num comunicado divulgado esta segunda-feira.
Na semana passada, a Cruz Vermelha anunciou oficialmente que o conflito na Ucrânia é uma guerra civil, uma classificação que possibilita processos por crimes de guerra.
“Tudo será feito para que os que violam as leis internacionais, sejam eles quem forem, sejam julgados”, insistiu Navi Pillay.
A responsável da ONU acrescentou que “é imperativo que um inquérito rápido, minucioso, eficaz e independente possa ser realizado sobre este caso”.
A 17 de julho, o voo MH17 da Malaysia Airlines, que ligava Amesterdão a Kuala Lumpur, foi abatido quando sobrevoava território ucraniano controlado pelos rebeldes pró-russos. Das 298 pessoas a bordo, 193 eram holandeses.
Conflito na Ucrânia já fez mais de 1.100 mortos e está a escalar
O conflito na Ucrânia já matou mais de 1.100 pessoas, anunciou a ONU num relatório em que relata a utilização de armamento pesado em áreas residenciais e russos a liderarem um comando unificado dos separatistas.
“A informação sobre a intensificação da luta em Donetsk e Lugansk é extremamente alarmante, uma vez que ambas as partes estão a usar armamento pesado em áreas residenciais, como artilharia, tanques, foguetes e mísseis”, afirma a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos no comunicado que introduz o documento.
“Pelo menos 1.129 pessoas foram mortas e há 3.442 feridos” desde a ocupação anti-terrorista de meados de abril, lê-se no comunicado.
No documento divulgado em Genebra dá-se também conta de que os grupos armados separatistas pró-russos que combatem no Leste da Ucrância estão a lutar sob um comando unificado de líderes que, em muitos casos, têm nacionalidade russa.
“O que antes eram grupos armados anarquistas com diferentes lealdades e agendas estão hoje unidos sob um comando central”, lê-se no documento da ONU, no qual se afirma ainda que “os seus líderes, muitos dos quais são de nacionalidades da Federação russa, estão treinados e têm experiência em conflitos como os da Chechénia e da Moldávia“.
ZAP / Lusa
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