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Com a batata quente de novo nas mãos, Cavaco descasca recados

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José Sena Goulão / Lusa

O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

No dia em que recebe Passos Coelho, depois da queda do governo da coligação no Parlamento, Cavaco Silva lança recados aos partidos perante a actual situação política nacional.

“No espírito científico, as disputas são resolvidas não pela força mas pelo diálogo esclarecido. A ciência é edificada não por argumentos de autoridade, mas pela cooperação e pelo respeito mútuo”, disse o Presidente da República no seu discurso na cerimónia do 25º aniversário do Prémio Científico IBM, que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

“Uma sociedade mais democrática e mais aberta é, também, uma sociedade mais científica. Por sua vez, uma sociedade mais científica é uma sociedade mais livre e mais racional”, acrescentou.

Palavras que têm que ser interpretadas à luz dos últimos acontecimentos da vida política nacional, tanto mais quando a “batata quente” da formação do governo volta às mãos de Cavaco Silva.

Passos promete lutar na oposição

O Presidente da República recebe nesta quarta-feira o primeiro-ministro ainda em exercício para a habitual reunião semanal, e o presidente da Assembleia da República, que irá comunicar formalmente ao chefe de Estado a aprovação da moção de rejeição do programa do XX Governo Constitucional.

Passos Coelho será recebido pelas 16h30 em Belém, um dia depois de o seu Governo ter sido derrubado pelo parlamento.

Antes, pelas 15h45 será recebido o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.

Inicia-se assim, o processo com vista à tomada de posição oficial de Cavaco Silva que pode decidir empossar um governo socialista, com o apoio parlamentar da Esquerda, ou até não fazer nada.

Certo é que Passos Coelho já se vê na oposição e promete não tornar as coisas fáceis a António Costa e companhia.

“Se não me deixam lutar no Governo, como quiseram os eleitores, lutarei no Parlamento, pelo qual tenho muito respeito“, disse o primeiro-ministro ainda em funções, no discurso na Assembleia da República, após confirmada a queda do seu Executivo.

ZAP / Lusa

6 Comments

  1. Mas o homem até tem razão… “as disputas são resolvidas não pela força mas pelo diálogo esclarecido”. Pois! Foi o contrário que o governo ante-anterior fez e o que o PS o BE e CDU estão a fazer…

    “Uma sociedade mais democrática e mais aberta” Após o 25 Abril, finalmente estamos a ver isso! Se vai resultar, não sei, mas que é um principio, é!

    Só é pena que ele realmente não quisesse dizer isto… Para ele o diálogo é cedência absoluta a politicas de direita. Democracia só para alguns… Os outros não são “crediveis” (como se referiu ao BE e à CDU…). Ficará para a história como o pior Presidente de República (de Portugal) de sempre! E vai fazer “cagad…” até ao finzinho do seu mandato! Esperem para ver…

  2. Estamos a esquecer de algo que Portugal esta obrigado perante a UE.
    Temos que apresentar o Orçamento de 2016.
    Ecom um governo de gestão, isso não possivel.
    COMENTADORES ATENÇÃO TEMOS OBRIGAÇÕES COM A EUROPA !!!

    • Duodécimos vincula o anterior orçamento. Nem mais nem menos! A situação é de excepção.
      O actual panorama resulta de oportunismo reacionário do A.Costa e correlegionários por saberem que o presidente não pode convocar eleições… E não acreditarem que ele deixe o governo em gestão até que novas eleições aconteçam.

      • Há uma solução, não é preciso recorrer a excepções.
        Até parece que a direita nunca recorreu a alianças depois das eleições para ter maioria e conseguir ficar no poder.

      • Concordo inteiramente com “Eu Mesma” e acrescento: “por saberem que o presidente não pode convocar eleições…” O Cavaco fez isso de propósito (marcou a data…) para não ter de lidar com isso! Para deixar para o próximo (ou próxima) resolver. Lavar as mãos como Pôncio Pilatos. Cobardolas!

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