Militares indignados com “vaidade” de Gouveia e Melo ao lado do Príncipe Perfeito

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José Sena Foulão / Lusa

O chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo

A ilustração do Almirante Gouveia e Melo ao lado do rei D. João II, o “Príncipe Perfeito”, continua a merecer críticas e até os militares a olham de esguelha, apontando uma “vaidade em excesso”.

Criticada por vários partidos e por anónimos nas redes sociais, a ilustração que surge na contracapa da Revista da Marinha é vista como uma espécie de panfleto de pré-campanha para as eleições presidenciais, com Gouveia e Melo a dar o braço ao rei D. João II, cujo cognome é o “Príncipe Perfeito”.

Além da ilustração, o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) escreve também o editorial da revista, recordando os seus três anos de mandato e alguns dos feitos conseguidos, nomeadamente a valorização salarial dos militares da Marinha.

“Se utilizou as realizações dos últimos três anos para servir de trampolim para outros voos isso denota um gesto de vaidade em excesso“, critica o major-general Isidro de Morais Pereira em declarações à CNN Portugal.

É como a mulher de César, não basta ser sério, é preciso parecê-lo”, acrescenta o major-general, sublinhando que “esta posição cai pessimamente entre pessoas da Armada”. “A Marinha é uma obra colectiva e não de um homem só”, conclui.

“Isto é publicidade oculta, subliminar. É mera promoção”, entende, por seu turno, o major-general Agostinho Costa, também em declarações à CNN Portugal.

É preciso ler entrelinhas e o que eu leio é nitidamente uma página de projecção pessoal do CEMA”, acrescenta Agostinho Costa, realçando que a ilustração reporta para o “mito maritimista, que mostra que o futuro e o sucesso do país passa pelos mares, misturado com o mito do sebastianismo, com a imagem do homem providencial que chega para nos tirar da sombra”.

“Haver este tipo de situação de um órgão oficial da Marinha fica mal“, diz também à CNN Portugal o comandante João Fonseca Ribeiro, notando que o cargo de CEMA “não deve ser pessoalizado”.

“Nas organizações militares, temos de separar o plano pessoal do plano institucional“, constata.

E ainda para mais “numa fase tão nublosa como esta, em que os contextos [militar e político] se misturam, era prudente não usar o órgão oficial da Marinha com este tipo de conteúdo”, destaca ainda o comandante.

Gouveia e Melo acaba o mandato como CEMA a 27 de Dezembro depois de já ter informado o Governo de que não quer ser reconduzido no cargo. Depois disso, poderá anunciar a sua candidatura presidencial no início de 2025.

Mas ainda antes de o ser, já é o candidato favorito nas sondagens e é apontado como o mais provável sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa.

ZAP //

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3 Comments

  1. O que já aí vai de inveja e mal dizer!!!!!
    Deixem mostrar obra, PORQUE DE PALAVRAS ESTAMOS TODOS FARTOS.
    Este homem mostrou obra e é de poucos holofotes, nem tão pouco de politiquices, ESTAMOS TODOS FARTOS DE COMENTADORES DA TRETA, QUEREMOS ALGUÉM DIFERENTE, QUE TRABALHE E MOSTRE OBRA FEITA.

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