PS, Chega, IL: o que disseram sobre o primeiro chumbo

José Sena Goulão / LUSA

Aguiar-Branco vota para a eleição do novo presidente da Assembleia da República

Aguiar-Branco não foi eleito à primeira mas vai tentar outra vez. Assis e Tender são candidatos. O que acontece depois?

Primeiras horas da nova legislatura, primeira surpresa, primeiro impasse: a presidência da Assembleia da República.

José Pedro Aguiar-Branco parecia ter a eleição garantida, sobretudo depois de André Ventura ter anunciado que o Chega iria viabilizar a sua eleição.

Mas, afinal: 89 votos a favor, 134 votos em branco e 7 nulos. Seriam precisos 116 votos a favor.

Aguiar-Branco foi chumbado mas vai outra vez entrar na corrida, na nova votação que começou às 21h. “Não desisto”, comentou. O PSD tinha anunciado que ia apresentar outro nome mas, entretanto, o cenário mudou.

Mas desta vez não está sozinho: Francisco Assis é candidato do PS, Manuela Tender é candidata do Chega.

Dificilmente algum terá vitória, pelo menos à primeira. Se não houver maioria de 116 deputados, há segunda volta.

O mais provável é que José Pedro Aguiar-Branco e Francisco Assis passem a uma segunda volta. Mas, mesmo aí, o impasse pode repetir-se.

Justificações

Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, reagiu em pleno Parlamento: “O que acontece é que o acordo à direita não funcionou. Foi rasgado em menos de 24 horas”.

“E por isso incluir o grupo parlamentar do PS, que enfrentou esta eleição conhecendo este acordo, é apenas má fé. O PS não foi tido nem achado nos acordos da direita”, destacou.

Transmitiu a ideia que, para o PS, a eleição do social-democrata estava garantida, devido à maioria absoluta que PSD e Chega têm, juntos.

André Ventura já tinha dito nos corredores que “o PSD passou a manhã inteira a dizer que não havia acordo” – e sugeriu que deputados do próprio PSD podem ter votado em branco, afastando responsabilidades do Chega neste volte-face.

A IL vai apoiar Aguiar-Branco e criticou a “união de votos” entre o PS e o Chega que acabou num “bloqueio ao país”. “Sabemos que esta coligação negativa do PS e do Chega originaram a não eleição do presidente do Parlamento”, analisou.

O Livre vai votar a favor de Francisco Assis, o PCP não revelou a sua posição nesta situação “insólita e inusitada. Dificilmente sairá daqui uma candidatura com maioria absoluta dos votos”, analisou Paula Santos, líder parlamentar dos comunistas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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