O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu este domingo aos venezuelanos que o apoiem, porque terá de “tomar medidas duras” para combater a “guerra económica” no país.
“Quando tomar medidas duras, que vou tomar, necessito do apoio do povo nas ruas. Que não haja hesitação. Que não hajam dúvidas”, alertou, afirmando que pretende “derrotar a guerra económica”.
Nicolás Maduro discursou em Caracas para milhares de simpatizantes que comemoravam o 57º aniversário do fim da ditadura do ex-presidente Marco Pérez Jiménez, em 23 de janeiro de 1958.
Acrescentou que, “para atuar em paz, com a Constituição na mão, precisará de muito apoio do povo, em várias direções”, mobilizando permanentemente as forças revolucionárias.
Nicolás Maduro informou esta segunda-feira estará em Caracas “um grupo terrorista de direita” para participar num fórum organizado pela oposição, que acusou de responsável pelo golpe de Estado de 2002, contra o falecido líder socialista Hugo Chávez.
De acordo com Nicolás Maduro, o grupo planeia um atentado contra ele e é composto por “três ex-presidentes latino-americanos”, que “fazem tudo como uma manobra perigosa”.
“Quero dizer ao ex-presidente Felipe Calderón, do México, ao ex-presidente da direita “pinochetista” do Chile, Sebastián Piñera, e ao ex-presidente Andrés Pastrana da Colômbia, que podem entrar na Venezuela, mas devem ter claro que vêm apoiar um grupo de extrema-direita, que desconhece o governo e tenta apelar para um golpe de Estado cruel”, concluiu Nicolás Maduro.
Economia vai contrair 7% em 29015 devido a queda do preço do petróleo
O Fundo Monetário Internacional prevê que a economia venezuelana seja “a mais afetada” da América Latina, pela descida dos preços internacionais do petróleo, projetando para 2015 uma contração de 7% do PIB e uma agudização dos problemas fiscais.
Os dados, segundo a imprensa venezuelana, foram revelados por Alejandro Werner, diretor daquele organismo para o Hemisfério Ocidental, e fazem parte do relatório “Perspetivas Económicas Globais para a América Latina e Caraíbas”.
“Cada descida de 10 dólares no preço do barril de petróleo ocasionará uma queda de 3,5% do PIB na Venezuela, agudizando os problemas fiscais e a recessão”, referiu aquele responsável, citado pelo diário venezuelano El Tiempo.
Segundo o FMI, países como a Bolívia, a Colômbia e o Equador, vão ver as suas economias afetadas quanto às perspetivas de crescimento mas contam com posições fiscais suficientemente sólidas para enfrentar o impacto, enquanto a Venezuela reduzirá as entregas de petróleo a preços subsidiados a outros países da América Latina e Caraíbas.
Na última quarta-feira, Nicolás Maduro confirmou que a economia venezuelana contraiu 2,8% em 2014 e que a inflação no país ficou “acima dos 64%”, devido a fatores reais e induzidos.
ZAP / Lusa / Abr