Rede russa de tráfico humano leva cubanos para a guerra na Ucrânia

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Bruno Rodríguez, ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba

Bruno Rodríguez, ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba

Governo de Cuba diz ter identificado rede que opera a partir da Rússia e nas Caraíbas. Já terão sido iniciados processos judiciais pelo país, que trabalha para “neutralizar e desmantelar” a rede.

Cidadãos cubanos estão a ser traficados para combate na guerra da Ucrânia, numa operação levada a cabo por criminosos a operar nas Caraíbas e na Rússia.

O alerta veio, esta segunda-feira, diretamente do ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodriguez, que confirma que as autoridades do país estão a trabalhar para “neutralizar e desmantelar” a rede.

“O Ministério do Interior está a trabalhar na neutralização e desmantelamento de uma rede de tráfico humano que opera a partir da Rússia para incorporar cidadãos cubanos a viver lá, e até mesmo alguns de Cuba, em forças militares a participar em operações de guerra na Ucrânia”, lê-se em comunicado oficial do Governo cubano.

A rede será responsável por recrutar cidadãos cubanos a viver na Rússia — e alguns em Cuba — para assinar contratos com as forças armadas russas e serem enviados para combate em território ucraniano, já havia alertado, em maio, o jornal russo Ryazanskie Vedomosti, sediado em Ryazan.

Segundo o jornal, “muitos cidadãos cubanos foram enviados para servir no exército russo sob contrato. De acordo com eles [o exército russo], os cubanos querem ajudar [a Rússia] a cumprir as tarefas da operação militar especial e muitos querem tornar-se cidadãos russos no futuro”. No entanto, o Governo cubano desmente o “inimigo”.

“Os inimigos de Cuba promovem informações distorcidas que procuram encobrir a imagem do país e apresentá-lo como cúmplice destas ações que rejeitamos completamente”, lê-se ainda no comunicado cubano, que sublinha que processos penais já foram iniciados. Cuba recorda ainda que não participa no conflito na Ucrânia.

Cuba não participa no conflito de guerra na Ucrânia. Atua e atuará vigorosamente contra quem, desde o território nacional, participe de qualquer forma de tráfico de pessoas para fins de recrutamento ou mercenarismo para que cidadãos cubanos utilizem armas contra qualquer país”.

As graves acusações surgem num cenário peculiar, uma vez que as duas nações têm, na verdade, estreitado os laços. Há apenas dois meses, os ministros da Defesa dos dois países encontraram-se em Moscovo e Rodriguez recebeu a sua contraparte russa em Cuba num encontro entre os aliados latino-americanos da Rússia, em abril.

A Rússia ainda não teceu qualquer comunicado em relação às acusações que chegam de Cuba.

ZAP //

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