“Pedi um recibo do valor pago para efeitos fiscais. Disseram-me que é complicado”. Situação foi exposta por mãe de peregrina que pagou 235 euros pelo “pacote” de participação. Fundação JMJ diz não ter dados disponíveis sobre número de faturas emitidas e Autoridade Tributária não respondeu.
A mãe de uma peregrina pôs em cheque, esta semana, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), dizendo que a Fundação responsável pela organização do evento — que vai decorrer em Lisboa de 1 a 6 de agosto — se recusou a passar-lhe uma fatura sobre os 235 euros que pagou pelos vários serviços e comodidades para a filha, que vai participar no evento.
“Paguei 235 euros para a minha filha participar na JMJ Lisboa 2023. O pacote completo inclui alojamento (no chão, em escolas, edifícios públicos, etc.), transporte (público na AML + Algarve-Lisboa / Lisboa-Algarve apoiado pelo Município de Olhão), alimentação (sobretudo em cadeias de fast food) , seguro e kit do peregrino (uns brindes que valem o que valem)”, começou por explicar a vice-presidente do PSD de Olhão, Cláudia Sofia Sousa, em publicação na rede social Facebook.
“Considerações à parte, pedi um recibo do valor pago para efeitos fiscais. Disseram-me que é complicado, que não é possível porque, porque, porque… que a JMJ é uma organização sem fins lucrativos e os pagamentos são feitos coletivamente e não há forma de emitir recibos individuais. Sem querer ser chata, era só para partilhar publicamente. Tirem as vossas conclusões”, escreveu na segunda-feira, sugerindo que a organização pode estar a fugir aos impostos.
“Espera-se mais de um milhão de peregrinos. É fazer as contas, ‘tax free’ (livre de impostos)”, disse, sublinhando que pagou o valor em notas, a uma catequista: “não posso provar a ninguém que paguei porque não tenho qualquer tipo de recibo e, quando o solicitei à pessoa responsável, [ela] disse que não era possível, por ser muito complicado”, afirmou.
Sublinhando, mais tarde, esta quarta-feira, que o seu caso “é particular e pode estar descontextualizado”, a mãe da peregrina reforça que continua a não ter um recibo por ter pago em dinheiro. E quantos grupos haverá assim pelo país? Investiguem!”, pede.
Ao JN, Sofia Sousa recorda que, pelo menos na Paróquia de Olhão, “todos os pais fizeram o pagamento da inscrição dos filhos desta forma. Nunca foi apresentada outra alternativa, de transferirmos para uma conta. A sugestão foi sempre entregar em dinheiro. Deve acontecer noutras paróquias do país”, alerta.
Sem comprovativo do pagamento, vai pedir um recibo de novo, embora nada comprove o pagamento de 235 euros que efetuou.
JMJ desmente tudo
A organização já veio desmentir Cláudia Sofia Sousa. “Não temos informação que, neste caso concreto, nos tenha sido solicitado qualquer comprovativo de pagamento. No entanto, esse pedido poderá ser feito a qualquer momento”, defende-se.
Responsável pela organização do evento, a Fundação esclarece que “muitas das faturas são passadas ao grupo que a requer” e que “a Fundação emite faturas-recibo das contribuições de participação que, na sua maioria são feitas a grupos de peregrinos, em complemento ao recibo de pagamento que é emitido pela plataforma de inscrições do Vaticano.”
Quando questionada pelo JN sobre o número de faturas emitidas até agora e sobre o número de “pactotes” de participação para peregrinos que foram vendidos, a organização afirmou não ter dados disponíveis. O jornal enviou ainda questões à Autoridade Tributária, que não respondeu.
Segundo se percebe, as faturas serão passadas ao grupo que as requer e não aos peregrinos, individualmente.
De recordar que a emissão de faturas é uma obrigação legal para qualquer serviço ou transação comercial, mesmo que o cliente não a peça e independentemente do valor a pagar. Dela só estão isentos, ao abrigo do artigo 9.º do CIVA, “os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto”, como médicos, enfermeiros ou explicadores, entre outros profissionais.
Jornada Mundial da Juventude - JMJ 2023
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Interessante a monarquia (vulgo Igreja) efetuar evasão fiscal e a AT ser conivente com a mesma. Participar num evento e dormir no chão? Comer fast-food? São estes os valores da dita Igreja?
Sou Católico de qualquer modo não me revejo com as práticas da dita Igreja, que não passa de uma monarquia, nem com o que não têm feito (condenar e julgar o comportamento de membros que violaram ou abusaram de menores e não só.)
A fé está em cada um de nós; não nestes exemplos falhos!
Engordar a igreja a pala de quem trabalha.
Também fui batizado e “educado” como católico, e há muito que deixei de me rever nesta gente, que pouca diferença tem com outras igrejas, onde o que conta é a arrecadação.
Se Deus é o caminho, eles são o pedágio … vai nessa vai… Se eu quiser falar com Deus, não preciso de intermediários.
Pai Nosso que está no céu ,perdoa tudo… Podeis continuar a pecar que sereis abosolvido de todos os crimes… Valha-nos Deus!
Business it’s business , a pessoa en questão ainda não deu por isso ?
A Igreja Católica Romana (ICR) devia dar o exemplo e não actuar da mesma forma que actuam em Portugal os criminosos da restauração, comércio, e serviços.
O Estado Português deveria criar um sistema informático e uma aplicação digital de registo, pagamento, e facturação, que automaticamente registasse o número de contribuinte após pagamento via cartão multibanco, cartão de crédito, ou aplicações digitais.
O Estado deve também obrigar todos os estabelecimentos de restauração, comércio, e serviços, a aceitar o pagamento com cartão multibanco – e a ter esse serviço – de qualquer valor, a partir de 1 Cêntimo para cima.
Completamente de acordo em tudo menos no multibanco.
O Multibanco so devera ser obrigatório apenas se o governo decretar que as transações, independente do valor, devem de estar isentas de comissão e que os comerciantes devem de receber os equipamentos gratuitamente (um determinado numero por equipamentos por cada x de transações e sempre no mínimo de dois para o caso de um avariar)
Ninguém deve de pagar para ter acesso ao seu dinheiro, nem mesmo os comerciantes, se a mim como indivíduo um banco me toca um centimo em comissões para depositar ou levantar, de imediato fecho a conta é só dinheiro.
Já pensei como o sr, mas mudei de ideia !
Cheguei à conclusão que os criminosos perigosos não são os que rondam a capoeira, são os que estão dentro da capoeira !!!!
Porque é que não concordo consigo ? Porque os gestores dos nossos impostos são incompetentes e ladrões, pelo que quanto mais arrecadarem mais roubam, daí que embora não plauda os que se eximem aos impostos, consigo compreender as perspectivas deles.
É tudo a mamar no que é nosso.