O bilionário Elon Musk revelou esta sexta-feira que pretende, “este ano”, colocar o primeiro ser humano com implantes cerebrais da sua empresa Neuralink, cuja tecnologia acaba de ser aprovada nos Estados Unidos.
“Esperamos, ainda este ano, fazer o nosso primeiro implante cerebral num ser humano, em alguém que tenha alguma forma de tetraplegia”, disse Musk, quando foi questionado por uma criança e pelo seu pai no final de uma sessão de perguntas e respostas perante uma audiência de 3.600 pessoas no Dôme de Paris.
“Quero tranquilizar todos os que possam estar assustados com o Neuralink. Será um processo bastante lento”, advertiu.
A Neuralink, startup criada por Elon Musk, recebeu em maio a aprovação das autoridades de saúde dos Estados Unidos, para testar os seus implantes cerebrais em seres humanos.
“Este é um primeiro passo importante que permitirá um dia que a nossa tecnologia ajude muitas pessoas”, anunciou a empresa californiana na rede social Twitter, acrescentando que “o recrutamento para ensaios clínicos ainda não está aberto”.
A Neuralink concebe dispositivos para implantar no cérebro e comunicar com computadores diretamente através do pensamento.
Ao instalar chips no cérebro humano, o objetivo do bilionário é permitir que o cérebro e os computadores comuniquem diretamente. O objetivo a médio prazo é o de ajudar pessoas paralisadas, com lesões na espinal medula ou que sofram de doenças neurológicas como a doença de Parkinson.
O objetivo inicial é ajudar as pessoas paralisadas ou que sofrem de doenças neurológicas. A ‘startup’ pretende depois tornar estes implantes suficientemente seguros e fiáveis para serem utilizados e “equipar” os cérebros com capacidade informática.
Elon Musk referiu anteriormente que ao Neuralink poderia tornar a linguagem humana obsoleta em 10 anos, e que conseguia curar o autismo.
O fundador da empresa, o também CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk, acredita que o seu interface Neuralink é o futuro das interações humanas com a tecnologia, mas muitos especialistas não estão convencidos de que o conceito seja seguro.
As questões éticas envolvidas neste tipo de tecnologias são ainda um território desconhecido. Em janeiro do ano passado, investigadores e cientistas expressaram o seu receio relativamente à ideia de ligar cérebros humanos a computadores — a infusão da Grande Tecnologia na mente humana.
Em contrapartida, o conceito de uma simbiose entre humanos e Inteligência Artificial tem mostrado aplicações práticas benéficas — como é o caso de um paciente tetraplégico que voltou a andar graças a um implante na medula controlado pelo cérebro, que foi revelado esta semana.
Em março, Elon Musk fundou a X.AI, uma nova empresa especializada em IA, presumivelmente para rivalizar com a OpenAI, a empresa que concebeu o ChatGPT, um programa bem sucedido de IA capaz de interagir com humanos e produzir todo o tipo de textos a pedido.
ZAP // Lusa