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Duas carteiras Bitcoin que permaneceram intocadas durante mais de uma década acabaram de dar sinal de vida — e quem quer que seja o seu proprietário, está agora imensamente rico em criptomoedas.
Segundo conta o MarketWatch, quando em 2011 um comprador desconhecido comprou 20 mil bitcoins, por pouco menos de 13.000 euros, cada token desta criptomoeda valia apenas 64 cêntimos.
Devido à inexorável ascensão da moeda digital ao longo dos anos que se seguiram, o muito paciente proprietário das duas carteiras adormecidas em que tinha guardado as bitcoins possui agora mais de 1,6 mil milhões de euros — um aumento de cerca de 13 milhões por cento.
Após catorze anos de silêncio, o misterioso milionário transferiu agora as criptomoedas de uma carteira para outra — transação cujo registo na blockchain deu a conhecer ao mundo cripto a sua existência.
💤 💤 💤 💤 💤 💤 💤 💤 💤 💤 A dormant address containing 10,000 #BTC (1,092,973,486 USD) has just been activated after 14.3 years (worth 7,793 USD in 2011)!https://t.co/hzeryv3B5t
— Whale Alert (@whale_alert) July 4, 2025
Não está claro o que o seu proprietário pretende fazer com elas, mas é possível que esteja finalmente tentado a convertê-las em moeda fiduciária.
No início deste ano, a empresa de análise blockchain Onchain School descobriu que cerca de 62.000 bitcoins que tinham sido mineradas há pelo menos 7 anos foram movidos entre carteiras nos primeiros três meses de 2025.
“O aumento de transações pode sinalizar uma mudança de sentimento entre os detentores de criptomoedas de longo prazo, potencialmente impulsionada por mudanças macroeconómicas, expectativas de preços ou necessidades de liquidez institucional”, explica um analista da plataforma CryptoQuant citado pelo Futurism.
Mas se todas as criptomoedas da Bela Adormecida continuarem por gastar, então este seria o exemplo definitivo da filosofia HODL (“Hold On for Dear Life”, uma expressão idiomática que em português poderíamos traduzir por algo como “Não largues por nada”).
Esta é uma estratégia dos investidores de criptomoedas da velha escola, no qual os compradores deixam os seus tesouros amadurecer e evitam sucumbir às pressões dos booms e quedas de curto prazo.
Nos primeiros anos das criptomoedas, a estratégia HODL era bastante popular entre os primeiros mineradores, que previram corretamente que as suas carteiras valeriam um dia uma fortuna.
“O que é notável é o enorme autocontrolo que terá sido necessário através de todos estes ciclos de mercado para ficar sentado sobre uma fortuna destas durante tanto tempo”, diz Caroline Bowler, CEO da plataforma de negociação australiana BTC Markets, em entrevista ao MarketWatch.
“O proprietário destas duas carteiras poderia absolutamente… abalar o mercado, se decidisse vender todas as criptomoedas. Assumindo que é um ator racional, no entanto, é improvável que descarregue tudo de uma vez”, diz Bowler.