A Neuralink, uma das empresas do bilionário Elon Musk, anunciou esta quinta-feira ter recebido a aprovação das autoridades sanitárias dos Estados Unidos para testar implantes cerebrais em seres humanos.
A startup norte-americana Neuralink vai poder testar os seus controversos implantes cerebrais em seres humanos, anunciou a empresa esta quinta-feira.
“Este é um primeiro passo importante que permitirá um dia que a nossa tecnologia ajude muitas pessoas”, anunciou a empresa californiana na rede social Twitter, acrescentando que “o recrutamento para ensaios clínicos ainda não está aberto”.
A Neuralink concebe dispositivos para implantar no cérebro e comunicar com computadores diretamente através do pensamento.
O objetivo inicial é ajudar as pessoas paralisadas ou que sofrem de doenças neurológicas. A ‘startup’ pretende depois tornar estes implantes suficientemente seguros e fiáveis para serem utilizados e “equipar” os cérebros com capacidade informática.
O fundador da empresa, o também CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk, acredita que o seu interface Neuralink é o futuro das interações humanas com a tecnologia, mas muitos especialistas não estão convencidos de que o conceito seja seguro.
Para Elon Musk, estes ‘chips’ deviam permitir à humanidade alcançar uma “simbiose com a inteligência artificial (IA)”, de acordo com uma intervenção na conferência anual da empresa, em 2022.
Elon Musk referiu anteriormente que ao Neuralink poderia tornar a linguagem humana obsoleta em 10 anos, e que conseguia curar o autismo.
Em 2021, a startup divulgou um vídeo de macaco a jogar um videojogo com a mente. No vídeo, um cientista da Neuralink explica a forma como a empresa implantou um chip no cérebro de um macaco, capturou os padrões de neurónios a disparar enquanto jogava um videojogo e, em seguida, permitiu que o macaco jogasse “mind pong”, controlando o jogo apenas com o cérebro.
As questões éticas envolvidas neste tipo de tecnologias são ainda um território desconhecido. Em janeiro do ano passado, investigadores e cientistas expressaram o seu receio relativamente à ideia de ligar cérebros humanos a computadores — a infusão da Grande Tecnologia na mente humana.
Em contrapartida, o conceito de uma simbiose entre humanos e Inteligência Artificial tem mostrado aplicações práticas benéficas — como é o caso de um paciente tetraplégico que voltou a andar graças a um implante na medula controlado pelo cérebro, que foi revelado esta semana.
Em março, Elon Musk fundou a X.AI, uma nova empresa especializada em IA, presumivelmente para rivalizar com a OpenAI, a empresa que concebeu o ChatGPT, um programa bem sucedido de IA capaz de interagir com humanos e produzir todo o tipo de textos a pedido.
ZAP // Lusa