Mortes em protestos por Mahsa Amini no Irão alimentam novas manifestações

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Abedin Taherkenareh / EPA

As autoridades iranianas estão a reprimir brutalmente os protestos que decorrem no Irão. Ainda assim, as manifestações têm-se multiplicado.

Desde a morte de Mahsa Amini que o Irão está de pernas para o ar. Todos os dias replicam-se manifestações em protesto contra a morte da iraniana que foi detida três dias antes pela polícia da moralidade por usar o véu islâmico de forma incorreta. As manifestações têm sido recebidos com forte repressão pelas autoridades do país.

Os protestos são liderados principalmente por jovens e mulheres, que lançam slogans contra o governo e queimam véus, um dos símbolos da República Islâmica e algo impensável há pouco tempo.

As universidades tornaram-se um dos principais pontos de protestos, que já causaram pelo menos 108 mortes, segundo a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, com sede em Oslo.

Há já “pelo menos 250 vítimas fatais” desde meados de setembro, sugere, por outro lado, o relator especial da ONU sobre os direitos humanos no Irão, Javaid Rehman.

As autoridades iranianas não informaram o número total de detidos ou mortos no país, mas a Iran Human Rights estima o número de mortos em 108 e os detidos em 12.500.

A indignação no Irão pela morte de Mahsa Amini provocou a maior onda de protestos contra o Governo desde 2019 contra o aumento dos preços da gasolina, num país rico em petróleo.

As ONGs temem um aumento da repressão após o fim do luto de 40 dias pelos primeiros mortos, assassinados no início do movimento. Na cultura xiita do Irão, o ritual de celebração do falecido 40 dias após sua morte, data que encerra o luto da família, é de grande importância.

Um dos principais sinais da retaliação das forças policiais iranianas deu-se esta quinta-feira, após o funeral de um manifestante de 35 anos, Ismail Mauludi, em Mahabad.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram as autoridades a abrir fogo contra os manifestantes. O grupo de direitos humanos Hengaw diz que as autoridades mataram três pessoas.

No total, oito manifestantes em quatro províncias — Curdistão, Azerbaijão Ocidental, Kermanshah e Lorestão — foram mortos entre as noites de quarta e quinta-feira, disse a Amnistia Internacional, citada pela AFP.

Duas autoridades de segurança em Zahedan foram demitidas, incluindo o chefe de polícia, após a violência que deixou dezenas de mortos no final de setembro.

As fatalidades durante as manifestações estão agora a servir de combustível para novos protestos que se espalham pelo país e um pouco por todo o mundo.

ZAP // Lusa

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