As autoridades iranianas anunciaram que vão voltar a avisar mulheres que sejam vistas sem o hijab (véu islâmico) mesmo que estejam dentro dos seus próprios carros, segundo a agência iraniana Fars.
A agência, citado pelo Público, refere um alto responsável da polícia, dizendo que está a ser aplicada uma nova versão do programa Nazer (vigilância em farsi), originalmente adotado em 2020 quando foi observado que algumas mulheres retiravam o véu dentro dos automóveis.
De acordo com a agência francesa AFP, em 2020 as proprietárias de automóveis recebiam uma mensagem a alertar sobre a violação do código de vestuário e a ameaçar com ações legais. Neste momento, as mensagens deixam um alerta: “Assegure-se de que esta ação não se repete”.
O Irão continua a ter manifestações contra o regime após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda detida pela chamada polícia da moralidade por usar o ‘hijab’ deixando parte do cabelo de fora, em setembro. A força foi entretanto desmantelada.
Desde Setembro, morreram entre 300 e 451 manifestantes e quase 20 mil foram presos. Dois jovens foram executados.
Várias atletas iranianas competiram sem o lenço obrigatório em provas internacionais, como a escaladora Elnaz Rekabi ou a jogadora de xadrez Sara Khadem.
Rekabi disse depois que se tratou de um erro. Mais tarde, ativistas pró-democracia denunciaram que a casa da sua família fora demolida pelo regime como castigo, segundo a BBC. A agência de notícias Tasnim confirmou a demolição, dizendo que tinha sido por falta de uma licença.
No caso de Sara Khadem, esta decidiu ficar a viver em Espanha, após ter recebido avisos para não regressar, disse uma fonte próxima à agência Reuters. No Irão, os seus pais também foram ameaçados.
Morte de Mahsa Amini
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