A forma como o Governo, e em particular o primeiro-ministro António Costa, apresentou a antecipação do aumento das pensões resultou num problema de credibilidade, considerou no domingo Luís Marques Mendes, durante o seu cometário habitual na SIC.
“Fica a ideia de que foi um argumento de última hora” e criou um “problema de credibilidade” que se transformou num problema político, disse, indicando que esse problema foi criado justamente para uma classe que é tradicionalmente apoiante do PS, originando “desconforto mesmo na área socialista”.
De acordo com o comentador, “nunca antes o governo” tinha levantado “qualquer questão de sustentabilidade da Segurança Social” e, em junho, numa entrevista à CNN, Costa garantiu “que ia cumprir integralmente a lei das pensões e não avisou para qualquer problema de sustentabilidade”.
Para Marques Mendes, o caso das pensões é apenas a última das várias crises que têm abalado o Governo, que em seis meses sofreu um desgaste “verdadeiro e sério” com as polémicas sobre o aeroporto, o caos nas urgências, a contratação frustrada de Sérgio Figueiredo pelo ministro das Finanças e a demissão de Marta Temido.
Na sua opinião, esse desgaste deve-se à mudança de paradigma da governação, que no passado se habituou a distribuir rendimentos e que agora não dá, ou quando dá é considerado pouco, o que gera “frustrações” no eleitorado socialista.
Outros fator apontado pelo comentador é o fortalecimento da oposição, potenciado pelo fim da Geringonça e pela nova liderança do PSD.
O comentador admitiu que a habilidade política de Costa, elogiada no passado, se estar “virar contra ele”. “Há o risco de, justa ou injustamente, as pessoas passarem a ver habilidade com um sentido pejorativo, como sendo pouco frontal ou equívoco”, indicou, reconhecendo que esta mudança também tem a ver com a maioria absoluta.
De acordo com Marques Mendes, apesar das vantagens, a maioria absoluta tem contras: “a sobranceria, a arrogância e o descolar da realidade” e uma dificuldade em perceber como o país está a reagir.
Sobre as medidas de apoio às empresas para combater a inflação, destacou que o plano apresentado na última semana de 1.400 milhões de euros na prática só tem 700 milhões a fundo perdido. O resto é crédito, o que apresenta um “sério risco de endividamento e burocracia”.
“Fica a sensação de que há muito ministro das Finanças (que não quer gastar muito dinheiro) e pouco ministro da Economia”, apontou. E apesar de elogiar as qualidades do ministro da Economia, António Costa Silva, acredita que lhe falta peso político e “vestir mais o fato das empresas”.
“E há precedentes graves: em junho o governo anunciou apoios de milhões de euros à recapitalização de várias empresas. Estamos em setembro e nenhum contrato foi ainda assinado”, referiu.
Marques Mendes elogiou ainda a escolha de Fernando Araújo para o direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “É a pessoa certa no lugar certo” porque o SNS precisa sobretudo de organização e pode até ser na prática “o verdadeiro ministro da Saúde”.
Mas, “mesmo assim, convém não embandeirar em arco: a comissão executiva do SNS é um novo serviço, mas não é qualquer reforma estrutural. Só por si não garante nenhum benefício aos utentes do SNS. Fernando Araújo é uma boa escolha, mas não é um D. Sebastião. É preciso apresentar resultados”, notou.
Relativamente ao ano letivo, disse que este inicia com “duas anormalidades”: cerca de 60 mil alunos sem professores a, pelo menos, uma disciplina, e o facto de o ministro da Educação, João Costa, achar “a situação tolerável e normal”.
Vá para lá o MM a ver se faz melhor.
Pior não há de ser fácil fazer
“A primeira coisa que um político tem que saber é que palavra dada tem de ser palavra honrada e é com base nisto que nós reconstruímos a confiança na democracia”, afirmou Costa em setembro de 2015
Em novembro de 2021, e para contrariar uma greve nacional da CGTP, António Costa garantiu uma atualização salarial em 2022 considerando a inflação que se verificasse.
Em 2022 anuncia uma esmola de 125€ para alguns e aumento de 2%, muito abaixo da inflação, para 2023.
mais um candidato ao lugar do marcelo… ehehe mas quase de certeza que o portas vai ser concorrência.
Quanto ao Costa açho que algumas das coisas são intencionais pois o seu objetivo é saltar para a politica europeia. Como assumiu que ia cumprir o mandato até ao fim nada melhor que “cometer algumas gafes” para sair sem que o povo dê por isso…
Para a política europeia, um patego destes?! Fazer o quê?
O costa é o maior…